CULTURA DIGITAL
Webcomics 2
2018-06-10
Os Webcomics, ou Banda Desenhada para a internet, tem alterado gradualmente o panorama artístico e comercial da indústria dos Comics. Plataformas online de patronagem e crowd-funding, como a Patreon e a Kickstarter, tem possibilitado a contínua distribuição gratuita (ou quase gratuita) de muitos Webcomics. Estas plataformas permitem que muitos autores possam viver exclusivamente das suas estórias.
Os Webcomics não são um fenómeno deste século e parece, até, que terão surgido antes dos advento da World Wide Web, em 1991. A WWW é uma forma de aceder a informação que assentou diretamente sobre a estrutura
mais antiga a que chamamos internet. Eu costumo usar os dois termos de forma intercambiável, internet e web, mas na realidade eles não são sinónimos.
Os Webcomics, ou Banda Desenhada para a internet, tem alterado gradualmente o panorama artístico e comercial da indústria dos Comics. Plataformas online de patronagem e crowd-funding, como a Patreon e a Kickstarter, tem possibilitado a contínua distribuição gratuita (ou quase gratuita) de muitos Webcomics. Estas plataformas permitem que muitos autores possam viver exclusivamente das suas estórias.
Os Webcomics não são um fenómeno deste século e parece, até, que terão surgido antes dos advento da World Wide Web, em 1991. A WWW é uma forma de aceder a informação que assentou diretamente sobre a estrutura
mais antiga a que chamamos internet. Eu costumo usar os dois termos de forma intercambiável, internet e web, mas na realidade eles não são sinónimos.
Apesar de não serem um fenómeno recente o ‘boom’ dos Webcomics dá-se neste século. Infelizmente, como em tudo na vida, é necessário selecionar pois existe muito lixo. Neste artigo irei falar sobre alguns Webcomics que me parecem interessantes e que faço questão de partilhar com os leitores. São Bandas Desenhadas que se encontram acessíveis online, gratuitamente.
O artista suíço Demian5 disponibiliza, no seu site/portefólio, um conjunto de Webcomics criativos e experimentais, onde faz uso do potencial que uma BD digital pode alcançar. O Webcomic “Life Code” é um exemplo interessantíssimo de uma Banda Desenhada para a web. Esta BD instiga o leitor a navegar pela prancha usando o scroll (barra de deslocamento), descobrindo as vinhetas redondas e hexagonais que se estendem para além dos limites do ecrã (conceito de ‘tela infinita’ de Scott McCloud).
Demian5 faz uso de uma linguagem vetorial que dá à sua obra um carácter pictográfico e de fácil percepção. O Webcomic, pelo qual este autor é reconhecido internacionalmente, chama-se “When I am King”. Esta é uma narrativa cómica, sem palavras, com laivos de psicadelismo induzido e erotismo explícito. A estória retrata a aventura de um rei egípcio com problemas em conseguir voltar para o seu palácio. “When I am King” é um Webcomic construído para ser lido no écran e possui várias sequências animadas que aumentam, na minha opinião, a qualidade do produto.
O Webcomic “Ava’s Demon”, de Michelle Czajkowski, é um produto completamente diferente em termos de linguagem gráfica e conteúdo. Esta estória, dentro do género Science Fantasy, é sobre uma miúda que tem um demónio alienígena dentro de si e que vai passar as passinhas do Algarve para se desenvencilhar dessa situação. A narrativa tem sido publicada online desde 2012 e ainda não está terminada. O estilo storyboard e as sequências animadas fazem desta BD, de cores garridas e saturadas, um produto cinemático muito interessante e apelativo (Michelle foi animadora na DreamWorks e na Pixar antes de criar este Webcomic). Para quem não apreciar a narrativa, digo-vos desde já, que será quase impossível não apreciar a arte desta autora que pode ser descrita como pintura digital.
No site deste Webcomic, Michelle Czajkowski disponibiliza o seu processo de trabalho. A página-tutorial http://avasdemon.com/process.html pode ser útil para quem desejar perceber como é que ela trabalha.
Sites
www.patreon.com
www.kickstarter.com
www.demian5.com
http://scottmccloud.com
www.avasdemon.com
Este texto foi originalmente publicado no artigo Cultura Digital #6 no jornal Açoriano Oriental por Marco Fraga Silva.