ENTREVISTA A VICTOR SANTOS
2016-07-03
Biografia
Victor Santos, depois de entrar no mundo dos comics em 1998, tornou-se num dos mais prolíficos autores espanhóis dos últimos anos.
Escreveu e ilustrou uma grande variedade de comics em Espanha e França, incluíndo: Los Reyes Elfos, Pulp Heroes, Young Ronins, Lone in Heaven e Black Kaiser. A sua série de BD mais popular é Polar, um policial noir muito consagrado pela crítica e público.
Recentemente, tem vindo a trabalhar na série de super-heróis Furious, escrita pelo autor de The Mice Templar, Bryan J. L. Glass, e publicada pela Dark Horse, assim como em Black Market, escrito por Frank Barbiere para a Boom! Studios.
Santos já ganhou seis prémios da convenção internacional de Comics de Barcelona e três na de Madrid. Em 2014 foi nomeado para o prestigiado Prémio Harvey pelo seu trabalho em Polar: Came from the Cold.
Podem visitar a sua página em: https://www.facebook.com/victorsantoscomics
Escreveu e ilustrou uma grande variedade de comics em Espanha e França, incluíndo: Los Reyes Elfos, Pulp Heroes, Young Ronins, Lone in Heaven e Black Kaiser. A sua série de BD mais popular é Polar, um policial noir muito consagrado pela crítica e público.
Recentemente, tem vindo a trabalhar na série de super-heróis Furious, escrita pelo autor de The Mice Templar, Bryan J. L. Glass, e publicada pela Dark Horse, assim como em Black Market, escrito por Frank Barbiere para a Boom! Studios.
Santos já ganhou seis prémios da convenção internacional de Comics de Barcelona e três na de Madrid. Em 2014 foi nomeado para o prestigiado Prémio Harvey pelo seu trabalho em Polar: Came from the Cold.
Podem visitar a sua página em: https://www.facebook.com/victorsantoscomics
Entrevista
Quando é que compreendeu que gostaria de entrar no mundo da banda desenhada?
Desde que comecei a desenhar que queria contar histórias com imagens. Uma das minhas primeiras memórias é a de desenhar histórias de BD quando era muito novo. O meu pai guardou os primeiros comics que fiz quando tinha quatro anos. São histórias sem muito sentido.
Poderia contar-nos quais os autores que tiveram grande influência na sua carreira artística?
Eu sou como uma esponja, absorvo todas as influências de que gosto. Cresci a ler bandas desenhadas de humoristas espanhóis, comics americanos e álbuns de autores franceses. Mais tarde, quando era adolescente ,descobri a manga/anime japonês. As minhas influências são uma amálgama de artistas como Jack Kirby, Frank Miller, Kazuo Koike e Goseki Kojima, Jose Muñoz, Bruce Timm, Matt Wagner, Akira Toriyama… De romances de Jim Thompson, Cormac McCarthy, Dashiell Hammet, Michael Moorcock, Chuck Pallaniuk e James Ellroy. E filmes de Sergio Leone, Akira Kurosawa, John Woo, John Carpenter, Jean Pierre- Melville, Martin Scorsese…
Trabalhar na animação nunca o seduziu?
Eu estudei animação e ilustração na faculdade e trabalhei pouco tempo num pequeno estúdio de animação, onde basicamente fiz trabalho de character design. É um mundo de que gosto e claro que gostaria juntar-me a um projecto onde pudesse participar activamente.
Desde que comecei a desenhar que queria contar histórias com imagens. Uma das minhas primeiras memórias é a de desenhar histórias de BD quando era muito novo. O meu pai guardou os primeiros comics que fiz quando tinha quatro anos. São histórias sem muito sentido.
Poderia contar-nos quais os autores que tiveram grande influência na sua carreira artística?
Eu sou como uma esponja, absorvo todas as influências de que gosto. Cresci a ler bandas desenhadas de humoristas espanhóis, comics americanos e álbuns de autores franceses. Mais tarde, quando era adolescente ,descobri a manga/anime japonês. As minhas influências são uma amálgama de artistas como Jack Kirby, Frank Miller, Kazuo Koike e Goseki Kojima, Jose Muñoz, Bruce Timm, Matt Wagner, Akira Toriyama… De romances de Jim Thompson, Cormac McCarthy, Dashiell Hammet, Michael Moorcock, Chuck Pallaniuk e James Ellroy. E filmes de Sergio Leone, Akira Kurosawa, John Woo, John Carpenter, Jean Pierre- Melville, Martin Scorsese…
Trabalhar na animação nunca o seduziu?
Eu estudei animação e ilustração na faculdade e trabalhei pouco tempo num pequeno estúdio de animação, onde basicamente fiz trabalho de character design. É um mundo de que gosto e claro que gostaria juntar-me a um projecto onde pudesse participar activamente.
Quais são os temas com que gosta mais de lidar em livros de BD?
Quando começo a trabalhar num projecto não estou a pensar nos temas que vou desenvolver, é algo que emerge do projecto em si mesmo. Claro que tenho as minhas preferências e fetiches... Eu adoro alguns tipos de histórias relacionadas com crime, noir, mitologia, hitmen e sobre a mística assassina. Aprecio também histórias de amor dentro de ambientes violentos. Mas, como eu disse, se a história é sólida, consegue impor-se independentemente do tema.
Como tem sido a experiência de trabalhar com as editoras americanas de comics?
É o meu mercado favorito e o lugar onde quero estar. Tudo ali funciona de forma muito rápida, exigente e dura, mas é também muito dinâmico e existe muita energia criativa. Ali podemos saltar de um projecto para outro de forma muito rápida.
Poderia descrever-nos em pormenor o seu método de trabalho quando está a criar BD?
Quando trabalho como único autor de uma BD, não escrevo um script tradicional. Começo a desenhar alguns painéis (como no trabalho de concept art dos filmes), procuro desenvolver estudos de personagens e começo escrever notas ou a criar pequenos storyboards muito orgânicos. Se o editor pede-me para criar uma sequência de imagens ou um pitch ou para criar um storyboard, não terei qualquer problema. Claro que se estamos numa equipa, é necessário existir adaptação. Se estou a trabalhar de forma mais livre, o processo será mais caótico e acaba por ser engraçado transformar tudo isso em algo mais organizado.
Quando começo a trabalhar num projecto não estou a pensar nos temas que vou desenvolver, é algo que emerge do projecto em si mesmo. Claro que tenho as minhas preferências e fetiches... Eu adoro alguns tipos de histórias relacionadas com crime, noir, mitologia, hitmen e sobre a mística assassina. Aprecio também histórias de amor dentro de ambientes violentos. Mas, como eu disse, se a história é sólida, consegue impor-se independentemente do tema.
Como tem sido a experiência de trabalhar com as editoras americanas de comics?
É o meu mercado favorito e o lugar onde quero estar. Tudo ali funciona de forma muito rápida, exigente e dura, mas é também muito dinâmico e existe muita energia criativa. Ali podemos saltar de um projecto para outro de forma muito rápida.
Poderia descrever-nos em pormenor o seu método de trabalho quando está a criar BD?
Quando trabalho como único autor de uma BD, não escrevo um script tradicional. Começo a desenhar alguns painéis (como no trabalho de concept art dos filmes), procuro desenvolver estudos de personagens e começo escrever notas ou a criar pequenos storyboards muito orgânicos. Se o editor pede-me para criar uma sequência de imagens ou um pitch ou para criar um storyboard, não terei qualquer problema. Claro que se estamos numa equipa, é necessário existir adaptação. Se estou a trabalhar de forma mais livre, o processo será mais caótico e acaba por ser engraçado transformar tudo isso em algo mais organizado.
Considera que é um autor metódico no seu trabalho artístico? O estudo e o planeamento do storyboard é fundamental para o seu sucesso?
Não, eu sou muito disciplinado mas não metódico, tento ajustar-me a cada projecto consoante as necessidades da história. A parte mais engraçada do meu trabalho é ter a oportunidade de fazer diferentes abordagens. Muitas vezes planeio uma sequência de desenhos com várias versões alternativas ou com diferentes storyboards. Outras vezes desenho uma imagem poderosa e crio o storytelling à volta dela.
Projectos futuros? Um novo livro?
"Polar: No Mercy for Sister Maria" será lançado pela Dark Horse em Agosto e vai fechar a trilogia do meu projecto mais pessoal. Estou ainda a trabalhar na arte de dois novos livros, mas não posso falar muito de nenhum deles. Posso apenas dizer que um é uma série policial escrita pelo Frank Barbiere para a Image Comics. É uma história romântica com muita violência e crime. Estou muito envolvido nessa história e a trabalhar bastante para terminar de colori-la. Vão saber novidades brevemente.
Não, eu sou muito disciplinado mas não metódico, tento ajustar-me a cada projecto consoante as necessidades da história. A parte mais engraçada do meu trabalho é ter a oportunidade de fazer diferentes abordagens. Muitas vezes planeio uma sequência de desenhos com várias versões alternativas ou com diferentes storyboards. Outras vezes desenho uma imagem poderosa e crio o storytelling à volta dela.
Projectos futuros? Um novo livro?
"Polar: No Mercy for Sister Maria" será lançado pela Dark Horse em Agosto e vai fechar a trilogia do meu projecto mais pessoal. Estou ainda a trabalhar na arte de dois novos livros, mas não posso falar muito de nenhum deles. Posso apenas dizer que um é uma série policial escrita pelo Frank Barbiere para a Image Comics. É uma história romântica com muita violência e crime. Estou muito envolvido nessa história e a trabalhar bastante para terminar de colori-la. Vão saber novidades brevemente.
Autor: Sérgio Santos.
Futuramente continuarão a ser publicadas entrevistas referentes a várias personalidades de destaque ligadas ao universo da BD.