A a Z da BD
S é de Spirou
2017-10-03
Considerada como um dos maiores clássicos da BD franco-belga infanto-juvenil, ao mesmo nível de Tintim e de Astérix, a série Spirou & Fantasio apresenta os seus protagonistas como dois repórteres amigos cujas divertidas aventuras os levam a defrontar-se com toda a espécie de vilões, desde meros criminosos a ditadores com ambições de dominação global, num registo humorístico por vezes com elementos de ficção-científica e/ou fantasia.
Considerada como um dos maiores clássicos da BD franco-belga infanto-juvenil, ao mesmo nível de Tintim e de Astérix, a série Spirou & Fantasio apresenta os seus protagonistas como dois repórteres amigos cujas divertidas aventuras os levam a defrontar-se com toda a espécie de vilões, desde meros criminosos a ditadores com ambições de dominação global, num registo humorístico por vezes com elementos de ficção-científica e/ou fantasia.
Iniciada em 1938, a revista Spirou foi uma criação do editor Jean Dupuis que solicitou ao desenhador Rob-Vel que desse vida àquele que iria ser a personagem-mascote da revista. Auxiliado pela sua esposa Blanche Dumoulin nos argumentos e pelo pintor Luc Lafnet na arte, Rob-Vel aproveitou o desenho de um jovem paquete de cabelos ruivos (que já utilizara pontualmente em trabalhos publicitários), colocando-o como funcionário do Hotel Moustique (nome de outra das publicações de Dupuis). Nasce Spirou, cujo nome no idioma regional wallon pode significar esquilo ou divertido. Inicialmente a série será composta por pequenas histórias de carácter humorístico.
Através dos seus longos anos de publicação, foram muitas as personagens recorrentes que foram integrando o seu elenco, destacando-se o esquilo Spip, mascote inseparável dos heróis, surgida em 1939 e Fantasio, o melhor amigo de Spirou, criado em 1944 por Jijé a pedido do editor Jean Doisy como forma de criar um contraste e contraponto na série.
Esta BD tem períodos criativos bem definidos, de acordo com os autores que a foram criando ao longo dos seus quase 80 anos de publicação. Assim, depois de Rob-Vel é Jijé quem toma conta da série, passando o testemunho ao seu discípulo André Franquin em 1946. Com Franquin, a série irá viver aqueles que são incontestavelmente os seus anos de ouro, passando a ter histórias de aventuras mais longas e com argumentos mais complexos. É neste período que serão introduzidas personagens secundárias recorrentes como o Conde de Champignac, Zantafio (o malvado primo de Fantasio), a repórter Seccotine, o megalómano Zorglub ou o inesquecível animal exótico Marsupilami. Em 1969, Franquin abandona a série para se dedicar a Gaston.
Foram muitos os autores que desde então continuaram esta BD, como Jean-Claude Fournier, Broca & Cauvin, Yves Chaland, Tome & Janry, Morvan & Munuera e Yoann & Vellman. Paralelamente, surgiram séries derivadas da original, destacando-se Marsupilami (com aventuras da homónima criatura) e Petit Spirou (a presumida infância do herói em tom humorístico). Esta BD encontra-se entre os campeões de vendas franco-belgas, contando com mais de 50 livros publicados pela Dupuis até ao momento, não incluindo dezenas de edições especiais, fora-de-série e séries derivadas.
Fenómeno de grande sucesso, principalmente no mundo francófono, esta BD tem sido adaptada por repetidas vezes a outros media como séries de animação televisa e videojogos. Para além da versão em filme do Petit Spirou de 2017, supostamente estará a ser rodada uma outra longa-metragem "Les Aventures de Spirou et Fantasio" que transporta estes heróis para o grande ecran. Com realização de Alexandre Coffre e os actores Thomas Solivéres e Alex Lutz nos principais papéis, este filme tem estréia prevista para o Verão de 2018.
Em Portugal, os livros de Spirou já tiveram edições publicadas pela Arcádia, Bertrand, Círculo de Leitores, Meribérica, Publica e ASA.