MESTRES DA BD
Jack Kirby
2017-07-27
Jack Kirby é o pai dos comics tais como os conhecemos hoje. Muitos questionam-se por que é que tantos desenhadores e argumentistas citam Jack Kirby como uma referência no seu trabalho, seja nas páginas-duplas cheias de detalhes ou nas abordagens mais filosóficas e quase pseudo-religiosas das suas personagens. Bom, para o poder entender melhor, primeiro é necessário saber isto: quem foi Jack Kirby?
Jacob Kurtzberg, que mais tarde iria adoptar o nome de Jack Kirby, nasceu a 28 de agosto de 1917, num bairro pobre da cidade de Nova York. Os seus pais, Rose e Benjamin Kurtzberg eram imigrantes austríacos e judeus. A vizinhança onde ele morava era conhecida por ser bastante violenta, ele desde muito cedo teve necessidade de defender-se dos valentões do bairro. Sempre apreciou muito o cinema, gostava também muito de desenhar e procurava por conta própria aprender mais sobre a arte que iria definir a sua vida para sempre. Ficou conhecido como o “estudante sem professor” (autodidacta), pois aprendia tudo o que podia das pessoas mais versáteis da área de desenho. Procurou desenvolver o seu traço de forma original, inspirando-se muito no traço de Alex Raymond. Devido a dificuldades financeiras da sua família em mantê-lo num instituto académico, Jack desistiu do ensino superior para poder ajudar a sua família, contudo, nunca abdicou do seu sonho de trabalhar no mundo dos comics; o que o fez aproximar-se da 9º arte: a animação.
Jack Kirby é o pai dos comics tais como os conhecemos hoje. Muitos questionam-se por que é que tantos desenhadores e argumentistas citam Jack Kirby como uma referência no seu trabalho, seja nas páginas-duplas cheias de detalhes ou nas abordagens mais filosóficas e quase pseudo-religiosas das suas personagens. Bom, para o poder entender melhor, primeiro é necessário saber isto: quem foi Jack Kirby?
Jacob Kurtzberg, que mais tarde iria adoptar o nome de Jack Kirby, nasceu a 28 de agosto de 1917, num bairro pobre da cidade de Nova York. Os seus pais, Rose e Benjamin Kurtzberg eram imigrantes austríacos e judeus. A vizinhança onde ele morava era conhecida por ser bastante violenta, ele desde muito cedo teve necessidade de defender-se dos valentões do bairro. Sempre apreciou muito o cinema, gostava também muito de desenhar e procurava por conta própria aprender mais sobre a arte que iria definir a sua vida para sempre. Ficou conhecido como o “estudante sem professor” (autodidacta), pois aprendia tudo o que podia das pessoas mais versáteis da área de desenho. Procurou desenvolver o seu traço de forma original, inspirando-se muito no traço de Alex Raymond. Devido a dificuldades financeiras da sua família em mantê-lo num instituto académico, Jack desistiu do ensino superior para poder ajudar a sua família, contudo, nunca abdicou do seu sonho de trabalhar no mundo dos comics; o que o fez aproximar-se da 9º arte: a animação.
Começou nos estúdios de animação Max Fleischer, trabalhando no desenho animado clássico do Marinheiro Popeye. Porém, o trabalho não durou muito e, posteriormente, conseguiu emprego no Lincoln Newspaper Syndicate, onde trabalhou como cartunista. Jack Kirby é conhecido como um dos artistas que mais produziu páginas ao longo da sua carreira e desde o principio da carreira demonstrou que podia produzir um grande volume de trabalho. Desenhando e criando histórias suas ou com colaboradores do próprio jornal, trabalhando diferentes estilos de desenho e experimentando outras formas de narrativa. Revelou ter uma grande criatividade e ousadia ao desenhar. Mais tarde trabalhou no estúdio de outro grande autor da BD, Will Eisner, assinando com diferentes pseudónimos as suas histórias. Isso é particularmente interessante: naquela época, era bastante comum um desenhador assinar os seus trabalhos com diferentes nomes até alcançar um certo reconhecimento na área e chegar a um nome artístico mais consagrado.
Alguns dos pseudónimos de Jacob, antes de adotar o nome de Jack Kirby foram: Jack Curtiss, Curt Davis, Lance Kirby, Ted Grey, Charles Nicholas, entre outros. Nos anos de 1940 e 1950 a ficção científica era um género muito frequente no mundo dos comics, dessa forma Kirby conseguiu criar várias histórias nessa temática. Concebeu no futuro diversos personagens muito interessantes nesse universo que o fascinava.
Algum tempo depois, Kirby conseguiu o trabalho de desenhar um dos personagens mais queridos pela DC Comics em sua história: o Besouro Azul. Porém, essa versão do personagem não era o Ted Kord, muito menos o Jaime Reyes, mas a versão original: Dan Garrett. Desenhou poucas edições, porém foi graças a esse trabalho que conheceu um dos seus maiores colaboradores na sua carreira: Joe Simon. Ambos tornaram-se grandes amigos e juntos montaram um pequeno estúdio que prestava serviço ao que seria uma das maiores editoras de comics: A Timely Comics, ou como a conhecemos hoje, a Major Comics. A dupla Jack Kirby e Joe Simon criou inúmeros personagens, como o Namor, a Tocha Humana original (andróide), Capitão América, Bucky, entre outros. Com a Segunda Guerra Mundial, Jack Kirby foi chamado às Forças Armadas em 1943. Ao regressar da guerra, pediu em noivado a jovem Rosalind “Roz” Goldstein, que mais tarde tornaria-se-ia a sua esposa e juntos iriam ter quatro filhos.
Com o fim da guerra, os comics de super-heróis perderam espaço para o género de terror, o que levou Kirby a ter que se adaptar para continuar a trabalhar. Nos anos 60, Jack voltou a trabalhar com a Major e criou aquela que talvez seja sua maior criação para a editora: o Quarteto Fantástico. Até hoje, a sua fase como desenhista é lembrada pelas histórias "fantásticas", e pelas páginas cheias de detalhes de tecnologia e cenas de ação incríveis. Criou diversos personagens como o Thor, Homem-de-Ferro, Hulk, Vespa, Visão, Homem-Formiga, a equipe dos Vingadores, X-Men, Galactus, Doutor Destino, Pantera Negra, Inumanos, entre muitos e muitos outros que se tornaram o eixo-principal do que seria a Marvel Comics. Porém foi noutra editora que Jack Kirby ganhou grande destaque: a National Comics, que mais tarde iria transformar-se na poderosa DC Comics. Kirby criou inúmeros personagens ao longo da sua carreira, chegando a desenhar mais de seis páginas de comics por dia. Sim! POR DIA. Hoje em dia, artistas que trabalham em publicações mensais devem desenhar uma página por dia. Agora imagine desenhar seis!
Entre os anos 1960-70, Kirby criou a equipe dos Desafiadores do Desconhecido, onde usou muito de sua paixão pela ficção científica ao desenhar histórias de monstros de outra dimensão, ilhas misteriosas e explorações inter-dimensionais. Também desenhou algumas histórias do Arqueiro Verde e da Casa dos Mistérios, em que a sua esposa o ajudou na arte-final de ambos os trabalhos. Com a sua imensa popularidade em diversos títulos, ganhou o apelido de “O Rei dos Comics”. Com o passar do tempo, criou ainda mais personagens para a DC que são usados até hoje: Kamandi, Etrigan, OMAC, Novos Deuses, Povo da Eternidade, Mister Miracle… E o grande vilão do Universo DC: Darkseid. Vários historiadores de BD e outros artistas do género consideram que os Novos Deuses talvez seja a obra-prima de Jack Kirby. No seu trabalho nos Novos Deuses nota-se a influência da ficção científica, da cultura Maia e Asteca e diversos aspectos místicos e religiosos.
O nível do detalhe no vestuário dos personagens, o cenário em volta, as página-duplas com detalhes inacreditáveis, os estilos de rachuras e efeitos de luz e sombra únicos, como o KirbyDot, tornaram seu trabalho único. Para os que não estão familiarizados com o termo, KirbyDot é um estilo de desenhar emanações de energia à base de múltiplos pontos grandes e pequenos para dar um efeito “cósmico” da energia. Muitos desenhadores usam-no até hoje para representar rajadas de energia ou um corpo feito de pura energia.
Os mais aborrecidos podem criticar a qualidade anatómica das personagens desenhadas por Jack Kirby, porém, como autodidacta, a anatomia poderia não ser perfeita, contudo, para as histórias que queria contar através dos comics, funcionavam perfeitamente.
Uma das características mais famosas do desenhador era a sua extrema humildade eo temperamento forte. Kirby e a sua esposa foram um casal feliz, um complementava o outro de forma que poucos percebiam. Roz, a esposa de Jack, incentivava-o a perseguir os seus sonhos. A coragem de persistir em suas criações deve muito à presença de Roz Kirby, que para quem não sabe a personalidade dela foi usada para a criação da personagem Grande Barda, dos Novos Deuses. Ela tinha uma personalidade forte e teimosa, porém de grande coração.
Convidava os companheiros de trabalho de Jack a visitá-los na sua casa, quando não as próprias crianças e adolescentes do seu bairro que viam o trabalho do artista e queriam vê-lo em ação, desenhando. Len Wein e Marv Wolfman, grandes nomes do mundo dos comics, visitavam frequentemente a casa dos Kirby. Numa entrevista declararam que quando o iam visitar tinham direito a uma aula incrível sobre arte e narrativa, assim como recebiam uns biscoitos deliciosos feitos pela Roz kirby.
O outro extremo da personalidade de Jack é a sua teimosia, alguns dizem que ele tinha frequentemente o "sangue-quente". Porém, crescendo no bairro que ele cresceu, aprendendo desde muito cedo a defender-se dos outros, a sua personalidade condiz muito com o meio no qual cresceu. Porém o que mais é valorizado é o seu carisma e bom coração: quando os mais jovens iam visitar-lhe em casa, gostava de ensinar aos demais tudo o que sabia, assim como lhe foi ensinado a ele. Imagine ir um dia à casa de Jack “O Rei”. Receberia uma verdadeira aula sobre como se tornar um grande desenhador e contador de histórias. Dan Turpin, personagem que apareceu bastante nas histórias do Superman nos anos 80-90 e que apareceu na animação do Super-homem dos anos 90, foi inspirado em Jack Kirby, tanto a nível fisico como em personalidade. Aliás, Jack Kirby também apareceu no desenho animado de 2003 das Tartarugas Ninjas, no episódio intitulado “The King”.
Convidava os companheiros de trabalho de Jack a visitá-los na sua casa, quando não as próprias crianças e adolescentes do seu bairro que viam o trabalho do artista e queriam vê-lo em ação, desenhando. Len Wein e Marv Wolfman, grandes nomes do mundo dos comics, visitavam frequentemente a casa dos Kirby. Numa entrevista declararam que quando o iam visitar tinham direito a uma aula incrível sobre arte e narrativa, assim como recebiam uns biscoitos deliciosos feitos pela Roz kirby.
O outro extremo da personalidade de Jack é a sua teimosia, alguns dizem que ele tinha frequentemente o "sangue-quente". Porém, crescendo no bairro que ele cresceu, aprendendo desde muito cedo a defender-se dos outros, a sua personalidade condiz muito com o meio no qual cresceu. Porém o que mais é valorizado é o seu carisma e bom coração: quando os mais jovens iam visitar-lhe em casa, gostava de ensinar aos demais tudo o que sabia, assim como lhe foi ensinado a ele. Imagine ir um dia à casa de Jack “O Rei”. Receberia uma verdadeira aula sobre como se tornar um grande desenhador e contador de histórias. Dan Turpin, personagem que apareceu bastante nas histórias do Superman nos anos 80-90 e que apareceu na animação do Super-homem dos anos 90, foi inspirado em Jack Kirby, tanto a nível fisico como em personalidade. Aliás, Jack Kirby também apareceu no desenho animado de 2003 das Tartarugas Ninjas, no episódio intitulado “The King”.
Jack Kirby faleceu a 6 de fevereiro de 1994 por insuficiência cardíaca aos 76 anos, deixando para trás uma legião de fãs do seu trabalho que até hoje é incomparável. Ao longo da sua carreira, desenhou cerca de mil duzentas e oitenta e duas histórias, aproximadamente dezesseis mil oitocentos e duas páginas de comics, mais de mil quatrocentos e oitenta e cinco capas de publicações de BD! Isso sem contar as histórias feitas para tiras de jornal e outros trabalhos menores que podem chegar a quase vinte e cinco mil páginas desenhadas ao longo da sua carreira!
Conseguem imaginar todo esse volume de trabalho durante mais de cinquenta anos?