ENTREVISTA EXCLUSIVA COM GUILLAUME BONNET E EVE BOLT
2021-03-15
Os autores canadianos Guillaume Bonnet (conhecido como ZazB) e Eve Bolt trabalham colaborativamente no webcomic de fantasia “The Thief of Tales”, cuja primeira página foi publicada online em fevereiro de 2016.
+info:
www.thethiefoftales.com
Os autores canadianos Guillaume Bonnet (conhecido como ZazB) e Eve Bolt trabalham colaborativamente no webcomic de fantasia “The Thief of Tales”, cuja primeira página foi publicada online em fevereiro de 2016.
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Entrevista
Olá Guillaume e olá Eve. Quais são as vossas primeiras memórias de ler banda desenhada?
G: O meu pai tem uma coleção de álbuns de BD europeia bastante decente e foi assim que comecei. Acho que os primeiros títulos que li foram “Os Estrunfes” ou “Spirou”.
E: A minha primeira memória é a de pegar álbuns de BD europeus na biblioteca pública. Não me lembro qual foi o título que li primeiro mas adorava trazer pilhas de livros para ler.
A BD é um medium incrível e cheio de possibilidades. Como é que vocês descobriram que a literatura gráfica é um bom meio para contar o tipo de estórias que desejam partilhar com o mundo?
G: Por um processo de eliminação! Eu gosto de desenhar, por isso sempre me senti atraído pela BD e pela animação. A banda desenhada também tem a vantagem de ser superacessível, principalmente no formato webcomic, já que não é necessário investir na impressão.
E: Uma imagem vale por 1000 palavras e escrever é mais difícil que desenhar!
G: O meu pai tem uma coleção de álbuns de BD europeia bastante decente e foi assim que comecei. Acho que os primeiros títulos que li foram “Os Estrunfes” ou “Spirou”.
E: A minha primeira memória é a de pegar álbuns de BD europeus na biblioteca pública. Não me lembro qual foi o título que li primeiro mas adorava trazer pilhas de livros para ler.
A BD é um medium incrível e cheio de possibilidades. Como é que vocês descobriram que a literatura gráfica é um bom meio para contar o tipo de estórias que desejam partilhar com o mundo?
G: Por um processo de eliminação! Eu gosto de desenhar, por isso sempre me senti atraído pela BD e pela animação. A banda desenhada também tem a vantagem de ser superacessível, principalmente no formato webcomic, já que não é necessário investir na impressão.
E: Uma imagem vale por 1000 palavras e escrever é mais difícil que desenhar!
O vosso webcomic é narrativa e esteticamente maravilhoso. “The Thief of Tales” é a vossa primeira colaboração? Como é que vocês se conheceram?
E: Conhecemo-nos há muito tempo (mais de 20 anos). Decidimos colaborar em “The Thief of Tales” porque sentimos que poderíamos complementar as nossas fraquezas. Não foi um projeto planeado desde o início, Guillaume queria desafiar-se a fazer uma BD de 20 páginas... e estamos agora no 7º capítulo da estória. Pensámos apenas "vamos tentar fazer isto, sem amarras".
Vocês são ambos ilustradores e o vosso trabalho pode ser acompanhado no Instagram (e em outras plataformas). Como é que partilham as tarefas de “The Thief of Tales”?
E: Guillaume faz a maior parte do trabalho duro. Trabalhamos os dois na estória, mas sou eu que escrevo os capítulos. Ambos desenhamos os thumbnails para as páginas, é uma etapa em que colaboramos. O esboço, a arte e a cor das páginas é tudo feito pelo Guillaume.
O vosso storyworld é muito interessante e vocês levam o vosso tempo na apresentação dos personagens e na introdução da informação que o leitor precisa de saber. Quem está mais orientado para fazer o worldbuilding e quem está mais orientado para o storytelling?
E: O Guillaume está muito focado no worldbuilding! Acho que estamos ambos orientados para o elemento storytelling também. Tudo o que eu sei é que não me preocupo apenas com o worldbuilding.
G: Sim. Gosto de worldbuilding e de pensar nas estórias por trás de cada personagem. É por isso que é bom trabalhar com a Eve. Caso contrário, eu ainda estaria escrevendo o segundo capítulo e planeando todo o universo narrativo.
Qual foi o vosso processo criativo na construção do mundo de “The Thief of Tales”? Como é que vocês criaram e projetaram o vosso mundo ficcional?
E: A ideia da floresta mágica e dos guias é algo que eu pensei há vários anos. Guillaume combinou isso com outros elementos narrativos para criar o mundo de “The Thief of Tales”.
G: Como ela disse, Eve teve a ideia inicial. Eu adorei o cenário, por isso peguei num personagem que criámos antes (Nevhna, a barda) e coloquei-a nele. O meu objetivo era fazer um capítulo rápido para ver se conseguia fazer um webcomic antes de assumir um projeto maior. Desde então temos adicionado e construído a partir desse conceito, ora novas ideias que discutimos juntos ou o que eu crio durante os meus desafios de desenho em outubro.
E: Conhecemo-nos há muito tempo (mais de 20 anos). Decidimos colaborar em “The Thief of Tales” porque sentimos que poderíamos complementar as nossas fraquezas. Não foi um projeto planeado desde o início, Guillaume queria desafiar-se a fazer uma BD de 20 páginas... e estamos agora no 7º capítulo da estória. Pensámos apenas "vamos tentar fazer isto, sem amarras".
Vocês são ambos ilustradores e o vosso trabalho pode ser acompanhado no Instagram (e em outras plataformas). Como é que partilham as tarefas de “The Thief of Tales”?
E: Guillaume faz a maior parte do trabalho duro. Trabalhamos os dois na estória, mas sou eu que escrevo os capítulos. Ambos desenhamos os thumbnails para as páginas, é uma etapa em que colaboramos. O esboço, a arte e a cor das páginas é tudo feito pelo Guillaume.
O vosso storyworld é muito interessante e vocês levam o vosso tempo na apresentação dos personagens e na introdução da informação que o leitor precisa de saber. Quem está mais orientado para fazer o worldbuilding e quem está mais orientado para o storytelling?
E: O Guillaume está muito focado no worldbuilding! Acho que estamos ambos orientados para o elemento storytelling também. Tudo o que eu sei é que não me preocupo apenas com o worldbuilding.
G: Sim. Gosto de worldbuilding e de pensar nas estórias por trás de cada personagem. É por isso que é bom trabalhar com a Eve. Caso contrário, eu ainda estaria escrevendo o segundo capítulo e planeando todo o universo narrativo.
Qual foi o vosso processo criativo na construção do mundo de “The Thief of Tales”? Como é que vocês criaram e projetaram o vosso mundo ficcional?
E: A ideia da floresta mágica e dos guias é algo que eu pensei há vários anos. Guillaume combinou isso com outros elementos narrativos para criar o mundo de “The Thief of Tales”.
G: Como ela disse, Eve teve a ideia inicial. Eu adorei o cenário, por isso peguei num personagem que criámos antes (Nevhna, a barda) e coloquei-a nele. O meu objetivo era fazer um capítulo rápido para ver se conseguia fazer um webcomic antes de assumir um projeto maior. Desde então temos adicionado e construído a partir desse conceito, ora novas ideias que discutimos juntos ou o que eu crio durante os meus desafios de desenho em outubro.
Vocês têm personagens incríveis. Qual é o vosso processo criativo ao escrevê-los e desenhá-los e como é que vocês fazem a pesquisa?
G: Os nossos principais objetivos com esta BD são divertirmo-nos e experimentar. Isso é basicamente o que orienta o processo criativo e a pesquisa. A floresta mágica na narrativa é extremamente caótica o que nos dá muita margem de manobra.
E: Sobre a escrita, uma grande parte do trabalho é pensar na estória para cada capítulo. Tento manter os elementos de outros capítulos, o que trazer, o que referir, a ambiência geral, etc. Quando tenho uma ideia sólida, sento-me e escrevo as cenas.
A vossa estória está repleta de animais antropomórficos e seres mágicos. As cores são muito saturadas e os pontos de vista são dramáticos e cinematográficos. Quais foram as principais referências (em qualquer media) para este webcomic?
E: Acho que muito daquilo que uso vêm dos filmes de animação dos anos 80 e 90. Don Bluth, Disney… Era colorido e cinematográfico (claro, sendo filmes), mas também era adequado às estórias. Parece-me que alguns desses filmes não tiveram medo de serem um pouco mais sombrios em termos de conteúdo, permanecendo ao mesmo tempo adequados para as crianças. É um desafio interessante o de criar com esse equilíbrio em mente.
G: As minhas maiores influências para “The Thief of Tales” foram “Princess Mononoke” e “The Secret of NIMH”. Exatamente pelas mesmas razões que Eva listou.
Como fazem o storyboard e o layout das páginas? Quando escrevem e constroem uma página como é o vosso processo criativo colaborativo do início ao fim? Porque é que decidiram usar um formato de página horizontal?
E: O processo é assim na maioria das vezes: conversamos sobre os capítulos e fazemos anotações. Quando definimos os eventos de um capítulo penso muito sobre o assunto. Escrevo um esboço e apresento ao Guillaume. Depois dele aceitar o guião fazemos os thumbnails. Quando esses estão feitos, o Guillaume faz um esboço das páginas em tamanho real com os diálogos. Enviamos ao nosso editor e eles garantem que o inglês está ok (a nossa língua mãe é o francês). Quando está tudo bem, o Guillaume desenha as páginas, faz a arte final e depois pinta-as. A última etapa é formatar as páginas para o website e fazer o upload das mesmas.
G: Eu queria trabalhar no formato horizontal por dois motivos. Primeiro, achei que seria ótimo para um webcomic, já que não é preciso rolar para baixo para ver a página inteira. Em segundo lugar... temos um pequeno livro de capa dura horizontal com ilustrações que eu acho ótimo! (“Entropia”, de Christian Lorenz Scheurer).
Vocês imaginam o “The Thief of Tales” sendo adaptado para outro media (uma série de animação para a Netflix talvez)?
G: Seria divertido! Para mim, é como receber fan art. Adoro ver outras versões das minhas/nossas criações!
E: Eu não! É estranho pensar na nossa estória sem ser arte 2D, hehe!
G: Os nossos principais objetivos com esta BD são divertirmo-nos e experimentar. Isso é basicamente o que orienta o processo criativo e a pesquisa. A floresta mágica na narrativa é extremamente caótica o que nos dá muita margem de manobra.
E: Sobre a escrita, uma grande parte do trabalho é pensar na estória para cada capítulo. Tento manter os elementos de outros capítulos, o que trazer, o que referir, a ambiência geral, etc. Quando tenho uma ideia sólida, sento-me e escrevo as cenas.
A vossa estória está repleta de animais antropomórficos e seres mágicos. As cores são muito saturadas e os pontos de vista são dramáticos e cinematográficos. Quais foram as principais referências (em qualquer media) para este webcomic?
E: Acho que muito daquilo que uso vêm dos filmes de animação dos anos 80 e 90. Don Bluth, Disney… Era colorido e cinematográfico (claro, sendo filmes), mas também era adequado às estórias. Parece-me que alguns desses filmes não tiveram medo de serem um pouco mais sombrios em termos de conteúdo, permanecendo ao mesmo tempo adequados para as crianças. É um desafio interessante o de criar com esse equilíbrio em mente.
G: As minhas maiores influências para “The Thief of Tales” foram “Princess Mononoke” e “The Secret of NIMH”. Exatamente pelas mesmas razões que Eva listou.
Como fazem o storyboard e o layout das páginas? Quando escrevem e constroem uma página como é o vosso processo criativo colaborativo do início ao fim? Porque é que decidiram usar um formato de página horizontal?
E: O processo é assim na maioria das vezes: conversamos sobre os capítulos e fazemos anotações. Quando definimos os eventos de um capítulo penso muito sobre o assunto. Escrevo um esboço e apresento ao Guillaume. Depois dele aceitar o guião fazemos os thumbnails. Quando esses estão feitos, o Guillaume faz um esboço das páginas em tamanho real com os diálogos. Enviamos ao nosso editor e eles garantem que o inglês está ok (a nossa língua mãe é o francês). Quando está tudo bem, o Guillaume desenha as páginas, faz a arte final e depois pinta-as. A última etapa é formatar as páginas para o website e fazer o upload das mesmas.
G: Eu queria trabalhar no formato horizontal por dois motivos. Primeiro, achei que seria ótimo para um webcomic, já que não é preciso rolar para baixo para ver a página inteira. Em segundo lugar... temos um pequeno livro de capa dura horizontal com ilustrações que eu acho ótimo! (“Entropia”, de Christian Lorenz Scheurer).
Vocês imaginam o “The Thief of Tales” sendo adaptado para outro media (uma série de animação para a Netflix talvez)?
G: Seria divertido! Para mim, é como receber fan art. Adoro ver outras versões das minhas/nossas criações!
E: Eu não! É estranho pensar na nossa estória sem ser arte 2D, hehe!
Vocês contam a vossa estória com cuidado e sem pressas. Embora tenha quase 200 páginas, parece que é apenas o início de um conto épico (as coisas estão a aquecer). Quando planeiam terminar “The Thief of Tales”?
E: Bem, planeámos ter 10 capítulos. Acho que o mundo da narrativa em si pode ser épico, mas, no geral, a estória de Nevhna é apenas um momento da sua vida. Esperamos terminar os 10 capítulos daqui a alguns anos.
G: Quero que os leitores sintam que o mundo é realmente maior do que a estória de Nevhna, mas é só nisso que planeamos trabalhar agora (com exceção das pequenas estórias e ilustrações que faço para me divertir). As coisas podem mudar no final e talvez não sejamos capazes de abandonar este mundo ficcional.
A vossa estória é cuidadosamente tecida e a vossa personagem principal tem um talento especial para contar contos envolventes. Contar estórias é muito importante para vocês?
E: Tudo o que fizemos na vida, tanto quanto me lembro, tem estado ligado, de uma forma ou outra, ao contar estórias. Gosto de tentar reunir elementos para criar um momento, um sentimento, uma emoção.
G: O mais engraçado é que a estória não foi feita de propósito. No início, Nevhna nem era contadora de estórias. Foi música por algum tempo, antes de se tornar mais uma espécie de socialite. A ideia de uma socialite perder-se numa floresta mágica selvagem era um bom conceito para criar a tensão central. O facto de ela se tornar uma contadora de estórias aconteceu enquanto trabalhávamos na narrativa, de uma forma muito orgânica. Divirto-me imenso na criação de personagens com backstories ou conceitos estranhos, por isso acho que era inevitável que esta BD refletisse isso.
Vocês têm algumas ideias para o vosso próximo projeto colaborativo ou estão apenas concentrados em terminar este webcomic? Vocês têm mais estórias para contar neste mundo ficcional que criaram?
G: De momento estamos concentrados nesta. Há mais estórias que poderíamos contar e algumas já contamos (através de ilustrações em vez de uma BD completa). Talvez eu venha a trabalhar numa ideia de ficção científica que tive ou num projeto mais antigo que o “The Thief of Tales”.
E: Por agora este webcomic tem prioridade. Quero colocar toda a minha energia disponível no objetivo de o terminar. Vou descobrir o que vem a seguir isto estiver acabado.
No vosso website, vocês partilham alguns webcomics interessantes (“Bird Boy”, “Cucumber Quest”, “Fey Winds”, “Shattered Starlight”, “Johnny Wander”, “Mare Internum”, “The Meek”, “Rising Sand”,“Paranatural” e “Witchy”). Gostariam de partilhar outros títulos de webcomics que tenham começado a ler recentemente?
G: Eu li alguns desde que atualizamos esta lista mas não me consigo lembrar de todos. “Utown”, de Cab , e “Kill Six Billion Demons” são provavelmente os mais recentes
E: Não leio muitos webcomics, mas recebemos regularmente novas bedês impressas das quais gostamos muito.
E: Bem, planeámos ter 10 capítulos. Acho que o mundo da narrativa em si pode ser épico, mas, no geral, a estória de Nevhna é apenas um momento da sua vida. Esperamos terminar os 10 capítulos daqui a alguns anos.
G: Quero que os leitores sintam que o mundo é realmente maior do que a estória de Nevhna, mas é só nisso que planeamos trabalhar agora (com exceção das pequenas estórias e ilustrações que faço para me divertir). As coisas podem mudar no final e talvez não sejamos capazes de abandonar este mundo ficcional.
A vossa estória é cuidadosamente tecida e a vossa personagem principal tem um talento especial para contar contos envolventes. Contar estórias é muito importante para vocês?
E: Tudo o que fizemos na vida, tanto quanto me lembro, tem estado ligado, de uma forma ou outra, ao contar estórias. Gosto de tentar reunir elementos para criar um momento, um sentimento, uma emoção.
G: O mais engraçado é que a estória não foi feita de propósito. No início, Nevhna nem era contadora de estórias. Foi música por algum tempo, antes de se tornar mais uma espécie de socialite. A ideia de uma socialite perder-se numa floresta mágica selvagem era um bom conceito para criar a tensão central. O facto de ela se tornar uma contadora de estórias aconteceu enquanto trabalhávamos na narrativa, de uma forma muito orgânica. Divirto-me imenso na criação de personagens com backstories ou conceitos estranhos, por isso acho que era inevitável que esta BD refletisse isso.
Vocês têm algumas ideias para o vosso próximo projeto colaborativo ou estão apenas concentrados em terminar este webcomic? Vocês têm mais estórias para contar neste mundo ficcional que criaram?
G: De momento estamos concentrados nesta. Há mais estórias que poderíamos contar e algumas já contamos (através de ilustrações em vez de uma BD completa). Talvez eu venha a trabalhar numa ideia de ficção científica que tive ou num projeto mais antigo que o “The Thief of Tales”.
E: Por agora este webcomic tem prioridade. Quero colocar toda a minha energia disponível no objetivo de o terminar. Vou descobrir o que vem a seguir isto estiver acabado.
No vosso website, vocês partilham alguns webcomics interessantes (“Bird Boy”, “Cucumber Quest”, “Fey Winds”, “Shattered Starlight”, “Johnny Wander”, “Mare Internum”, “The Meek”, “Rising Sand”,“Paranatural” e “Witchy”). Gostariam de partilhar outros títulos de webcomics que tenham começado a ler recentemente?
G: Eu li alguns desde que atualizamos esta lista mas não me consigo lembrar de todos. “Utown”, de Cab , e “Kill Six Billion Demons” são provavelmente os mais recentes
E: Não leio muitos webcomics, mas recebemos regularmente novas bedês impressas das quais gostamos muito.
Entrevistador: Marco Fraga Silva
Artigo web: Sérgio Santos
Futuramente continuarão a ser publicadas entrevistas referentes a várias personalidades de destaque ligadas ao universo da BD.