A a Z da BD
C é de Corto Maltese
2017-04-22
Criado em 1967 pelo autor italiano Hugo Pratt, o marinheiro Corto Maltese surgiu pela primeira vez como uma das muitas personagens da história "Una Balatta del Mare Salato" publicada ao longo de vários números da revista italiana Sgt. Kirk. Mais tarde, o editor da revista francesa Pif Gadget pede a Pratt que continue a explorar a personagem de Corto Maltese em novas aventuras, o que se concretiza com a publicação de uma série de histórias curtas entre 1970 e 1973. O sucesso não é imediato e só em 1976, após a publicação em livro da versão francesa de "A Balada do Mar Salgado" no ano anterior, é que o reconhecimento chegará no Festival de BD de Angoulême com o prémio para melhor obra realista estrangeira. As histórias deste aventureiro misterioso, romântico e anarquista decorrem durante o primeiro quartel do século passado, entre 1905 e 1925, tendo lugar nos mais variados ambientes e contextos globais, desde os mares do Pacífico Sul, passando pela gelada Sibéria, às selvas sul-americanas ou aos verdes campos da Irlanda, para citar apenas alguns dos cenários, e estando repletas de referências a povos, lendas, tradições, esoterismos, personagens históricas e obras literárias, fazendo desta a BD de eleição de muitos intelectuais.
Criado em 1967 pelo autor italiano Hugo Pratt, o marinheiro Corto Maltese surgiu pela primeira vez como uma das muitas personagens da história "Una Balatta del Mare Salato" publicada ao longo de vários números da revista italiana Sgt. Kirk. Mais tarde, o editor da revista francesa Pif Gadget pede a Pratt que continue a explorar a personagem de Corto Maltese em novas aventuras, o que se concretiza com a publicação de uma série de histórias curtas entre 1970 e 1973. O sucesso não é imediato e só em 1976, após a publicação em livro da versão francesa de "A Balada do Mar Salgado" no ano anterior, é que o reconhecimento chegará no Festival de BD de Angoulême com o prémio para melhor obra realista estrangeira. As histórias deste aventureiro misterioso, romântico e anarquista decorrem durante o primeiro quartel do século passado, entre 1905 e 1925, tendo lugar nos mais variados ambientes e contextos globais, desde os mares do Pacífico Sul, passando pela gelada Sibéria, às selvas sul-americanas ou aos verdes campos da Irlanda, para citar apenas alguns dos cenários, e estando repletas de referências a povos, lendas, tradições, esoterismos, personagens históricas e obras literárias, fazendo desta a BD de eleição de muitos intelectuais.
Hugo Pratt produziu vinte e nove histórias de Corto Maltese entre 1967 e 1991, vindo a falecer em 1995. Em 2015, o argumentista Juan Díaz Canales e o desenhador Ruben Pellejero criaram uma trigésima aventura, dando continuidade à vida de Corto Maltese. Todas estas aventuras encontram-se reunidas em treze livros publicados em francês pela Casterman.
Corto Maltese é um capitão da marinha mercante nascido na ilha de Malta em 1887, filho de uma cigana e de um marinheiro britânico. Um dos grandes anti-heróis da BD, Corto é uma espécie de patife simpático, um herói relutante, muito mais testemunha do que vai acontecendo ao seu redor, do que propriamente agente pró-activo de mudança. As suas acções são muito mais fruto da pressão das situações em que se vê envolvido do que de alguma espécie de objectivos ou ideologias que siga. Numerosas personagens femininas povoam as suas aventuras, estabelecendo relações românticas normalmente ambíguas e fugazes, apesar de em alguns casos serem recorrentes. Entre as personagens masculinas, destaca-se Rasputine, uma figura regular nas aventuras que se caracteriza como um bandido sociopata homónimo e fisionomicamente semelhante ao infame monge russo, desenvolvendo uma estranha relação de amizade/ódio com Corto.
Corto Maltese já teve várias adaptações a outros media, nomeadamente ao formato da prosa em dois romances escritos pelo próprio Hugo Pratt. Foi também adaptado ao desenho animado em 2002, numa longa-metragem, seguida de mais quatro filmes e de uma série de televisão com vinte e dois episódios.
Em Portugal, Corto Maltese já foi publicado pelas Edições 70 e pela Meribérica, sendo hoje da responsabilidade da Asa.