CULTURA DIGITAL
Arquétipos
2019-06-19
Em todos os géneros literários e cinematográficos, mas com mais frequência na ficção especulativa (fantasia, ficção científica, e horror), é possível encontrar as abreviações narrativas ou imagens simbólicas dos arquétipos. Os arquétipos estão presentes em todas as estórias mas a ficção especulativa, com a sua propensão para o mito e narrativas fantásticas, são terreno fértil para estes símbolos universais. O autor do livro “The Writer's Journey: Mythic Structure For Writers” (2007) – Christopher Vogler – apresenta vários arquétipos adaptados para o cinema a partir de mitos, estórias de fadas e sonhos. Estes arquétipos são personagens recorrentes como o “herói”, o “arauto”, o “velho sábio” ou “mentor”, o “guardião”, o “metamorfo”, o “vilão sombrio”, etc. Christopher Vogler acredita que estes padrões arquetípicos podem ser usados como funções não-estáticas, ou seja, que podem ser atribuídos vários arquétipos ao mesmo personagem. A atribuição flexível de diferentes arquétipos que podem ser usados como máscaras por um personagem permite dar-lhe mais profundidade.
Em todos os géneros literários e cinematográficos, mas com mais frequência na ficção especulativa (fantasia, ficção científica, e horror), é possível encontrar as abreviações narrativas ou imagens simbólicas dos arquétipos. Os arquétipos estão presentes em todas as estórias mas a ficção especulativa, com a sua propensão para o mito e narrativas fantásticas, são terreno fértil para estes símbolos universais. O autor do livro “The Writer's Journey: Mythic Structure For Writers” (2007) – Christopher Vogler – apresenta vários arquétipos adaptados para o cinema a partir de mitos, estórias de fadas e sonhos. Estes arquétipos são personagens recorrentes como o “herói”, o “arauto”, o “velho sábio” ou “mentor”, o “guardião”, o “metamorfo”, o “vilão sombrio”, etc. Christopher Vogler acredita que estes padrões arquetípicos podem ser usados como funções não-estáticas, ou seja, que podem ser atribuídos vários arquétipos ao mesmo personagem. A atribuição flexível de diferentes arquétipos que podem ser usados como máscaras por um personagem permite dar-lhe mais profundidade.
O psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Jung (1875-1961) criou o conceito de arquétipo e deu a este padrões míticos significado. Jung considera que o primeiro arquétipo, descoberto pelo psicanalista Sigmund Freud (1856-1939), foi o que caracteriza o personagem Édipo. O Complexo de Édipo, como Jung o chamaria, e outros como o de Electra, permitem explicar como a mente humana funciona. O mito e os arquétipos estão inextricavelmente ligados devido às suas qualidades universais.
Os autores Michael Faber e John Mayer atribuem determinadas características aos arquétipos modernos: são personagens numa estória, representam modelos mentais, provocam respostas emocionais, funcionam ao nível inconsciente, são memoráveis e fáceis de aprender.
Os estereótipos, ao contrário dos arquétipos, são normalmente específicos de um determinada cultura onde determinados grupos são vistos de uma forma negativa. Certos indivíduos são tratados de forma diferente com base em estereótipos que muitas vezes não correspondem à verdade. Veja-se como o Donald Trump se refere ao povo mexicano quando afirma que são estupradores e delinquentes. Os estereótipos são um fenómeno natural mas, ao contrário dos arquétipos, eles podem representar um problema para as comunidades multiculturais do mundo moderno.
O filme “Black Panther” (2018), posicionado no número nove na lista dos filmes com maior retorno monetário de sempre, foi um sucesso a vários níveis. A imagem de uma nação africana independente e tecnologicamente avançada (Wakanda) que o filme projeta irá ter repercussões positivas no futuro. Os novos mitos cinemáticos como este filme quebram velhas noções de género e de raça: temos um super-herói negro protegido por uma guarda pessoal de mulheres-guerreiras, irmão de uma cientista altamente competente. Este tipo de filmes permite quebrar estereótipos e oferece ao espectadores contemporâneos a diversidade e originalidade que eles necessitam para compreenderem uma realidade cada vez mais complexa.
Websites:
https://chrisvogler.wordpress.com
http://www.marvel.com/blackpanther
Websites:
https://chrisvogler.wordpress.com
http://www.marvel.com/blackpanther
Este texto foi originalmente publicado no artigo Cultura Digital #81 no jornal Açoriano Oriental por Marco Fraga Silva.