ENTREVISTA COM FILIPE MELO
14-08-2022
Filipe Melo é um músico/compositor, argumentista e realizador de cinema e autor de banda desenhada português.
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www.facebook.com/filipemelopage
www.instagram.com/_filipemelo_/
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A Entrevista
És um tipo muito eclético nos teus gostos e nas tuas áreas de intervenção, mas foquemo-nos na banda desenhada por agora. Recordas-te de quando e como decidiste ser argumentista de banda desenhada? Quais são, na tua perspetiva, as principais vantagens em trabalhar neste medium?
Nunca decidi ser argumentista de BD. Foi algo que aconteceu naturalmente porque gosto de escrever. Fui parar à BD no dia em que colaborei com o desenhador Juan Cavia num storyboard. Diria que a principal vantagem é, essencialmente, a de poder contar qualquer história – seja grande ou pequena – com uma equipa mínima e sem limitações de ordem logística ou orçamental. Tudo é possível, enquanto houver criatividade e imaginação.
Como foi que encontraste e contataste o ilustrador argentino Juan Cavia? E como foi que ele reagiu à narrativa que lhe propuseste para ilustrar?
Foi em 2005, conhecemo-nos através de amigos comuns porque estive num festival de cinema na Argentina, no festival Mar del Plata. Chamei-o para fazer o storyboard de um projecto que depois se tornou o nosso primeiro livro, As Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy. Na altura, nenhum dos dois tinha feito nada parecido, então a reacção foi de entusiasmo, era um grande desafio.
A vossa primeira incursão na banda desenhada, como um duo, foi com o álbum As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy (2009). Depois seguiram-se mais 3 livros neste universo do Dog Mendonça & Pizzaboy. Como foi o processo de worldbuilding? Quais as vossas principais inspirações e referências para a criação deste mundo ficcional com grande potencial para a transmediação?
A escrita surgiu de um estudo de estrutura, na verdade. Queria escrever uma aventura tradicional de 3 actos e usei essa estrutura à risca. Aprendi e tatuei essa estrutura no cérebro, e isso permite-me ser mais livre hoje em dia, experimentar mais, sem medo de perder o fio à meada. Era também uma homenagem a todos os filmes da nossa infância, que víamos em VHS, acho que isso se nota.
Os 4 álbuns, mencionados acima, foram publicados pela Dark Horse Comics nos EUA. Como foi que o contato surgiu e como foi a experiência de trabalhar com uma editora tão importante no panorama internacional?
O autor do prefácio do primeiro livro, o realizador John Landis, foi muito gentil comigo – falou com o Mike Richardson, da Dark Horse, que acabou por editar os 3 volumes. Pediram-nos também 3 curtas para a Dark Horse Presents, uma antologia muito famosa, de forma a integrar as personagens no mercado dos EUA. Ver o nosso nome ao lado de muitos autores que admirávamos foi muito motivador, lembro-me que fomos celebrar no Porto, de tão contentes que ficámos com o convite.
Na tua página do Wikipédia, aparece a informação de que os livros do Dog Mendonça & Pizzaboy deram origem a um jogo de computador. Que jogo é esse e como foi a experiência de ver a BD adaptada para outro meio? Já jogaste o referido jogo?
Esse jogo foi desenvolvido por uma empresa Argentina, e deve muito ao Santiago Villa, que era o nosso colorista. É um point-and-click, tipo Monkey Island, ou os jogos da Sierra. Já joguei, sim, e lembro-me de ficar surpreendido porque foi aí que percebi que as personagens tinham vida própria – não tinha sido eu a escrevê-las, mas os traços de personalidade de cada uma estavam claros. Foi comovente ver isso a acontecer. Depois, traduzi o jogo para português. Infelizmente, a empresa teve uma série de problemas, os sócios zangaram-se e o jogo ficou ali meio esquecido. Uma pena.
Já agora, para quando uma adaptação do universo Dog Mendonça & Pizzaboy para o cinema ou para a TV?
Eu devo muito a esses livros, mas sinto que passaram muitos anos e não sou a mesma pessoa que os escrevia, logo, não tenho grande vontade de voltar a esse universo, estou mais velho e menos aventureiro. Prefiro pensar em coisas novas, outros tipos de narrativa. Isto também se aplica à minha motivação para adaptar essas histórias.
Em 2016, tu e o Juan Cavia publicam o livro Os Vampiros. Como decorreu o processo de abordar a Guerra Colonial (um tema algo esquecido em termos da produção ficcional)?
Foi outro processo de aprendizagem muito importante para mim. Percebi que a minha geração sabe realmente pouco do que se passou na guerra, é assustador como se pode censurar ou ignorar o que se passou. Falei com muitos combatentes (de ambos os lados do conflito) e fui alterando o argumento de acordo com os depoimentos que ia gravando. Foi também aí que tanto eu como o Juan percebemos que é essencial deixar espaço para o leitor, não tirar as conclusões por ele, algo que não era uma preocupação nos livros anteriores.
No ano seguinte, em 2017, deram-nos Comer/Beber. Uma das duas estórias presentes nesta BD seria depois adaptada para o cinema, uma curta-metragem intitulada Sleepwalk (2018). Esta deve ser a primeira adaptação de uma BD portuguesa para o grande ecrã. Como foi ver a transposição da narrativa de um medium para o outro?
A curta acontece porque o desenho do Juan foi baseado num sítio que existe na Califórnia – e um amigo dele que é director de fotografia desafiou-nos a filmá-lo. Tenho uma produtora na música, a Sandra Faria, que me obrigou a filmar aquilo, e ainda bem que o fez, porque eu estava muito afastado do cinema. Foi um processo difícil porque foram só dois dias de rodagem, num país diferente, onde não conhecia ninguém da equipa. Mas, como sempre, aprendi muito, há truques que só se aprendem fazendo, e foi isso que aconteceu. Foi um workshop intensivo de cinema e uma oportunidade de filmar o deserto americano, que era um sonho antigo.
Em 2020 vocês publicam o magnífico álbum Balada para Sophie. Como surgiu a ideia para esta narrativa e como foi o teu processo criativo durante a escrita do argumento?
A ideia foi surgindo durante as viagens do Juan a Portugal – ambos queríamos fazer algo relacionado com a música porque ambos tocamos piano. Inicialmente seria uma história de rivalidade, mais humorística, mas foi ganhando outro rumo. O meu processo criativo é sempre igual – muito tempo de procrastinação, em que vou apontando ideias vagas, e depois um período muito concentrado em que não faço mais nada a não ser escrever. Durante toda a escrita fui tendo feedback do Juan, que foi muito importante, e depois acompanhei também de perto todo o processo de layout e de desenho, onde muda muita coisa, também.
A escrita surgiu de um estudo de estrutura, na verdade. Queria escrever uma aventura tradicional de 3 actos e usei essa estrutura à risca. Aprendi e tatuei essa estrutura no cérebro, e isso permite-me ser mais livre hoje em dia, experimentar mais, sem medo de perder o fio à meada. Era também uma homenagem a todos os filmes da nossa infância, que víamos em VHS, acho que isso se nota.
Os 4 álbuns, mencionados acima, foram publicados pela Dark Horse Comics nos EUA. Como foi que o contato surgiu e como foi a experiência de trabalhar com uma editora tão importante no panorama internacional?
O autor do prefácio do primeiro livro, o realizador John Landis, foi muito gentil comigo – falou com o Mike Richardson, da Dark Horse, que acabou por editar os 3 volumes. Pediram-nos também 3 curtas para a Dark Horse Presents, uma antologia muito famosa, de forma a integrar as personagens no mercado dos EUA. Ver o nosso nome ao lado de muitos autores que admirávamos foi muito motivador, lembro-me que fomos celebrar no Porto, de tão contentes que ficámos com o convite.
Na tua página do Wikipédia, aparece a informação de que os livros do Dog Mendonça & Pizzaboy deram origem a um jogo de computador. Que jogo é esse e como foi a experiência de ver a BD adaptada para outro meio? Já jogaste o referido jogo?
Esse jogo foi desenvolvido por uma empresa Argentina, e deve muito ao Santiago Villa, que era o nosso colorista. É um point-and-click, tipo Monkey Island, ou os jogos da Sierra. Já joguei, sim, e lembro-me de ficar surpreendido porque foi aí que percebi que as personagens tinham vida própria – não tinha sido eu a escrevê-las, mas os traços de personalidade de cada uma estavam claros. Foi comovente ver isso a acontecer. Depois, traduzi o jogo para português. Infelizmente, a empresa teve uma série de problemas, os sócios zangaram-se e o jogo ficou ali meio esquecido. Uma pena.
Já agora, para quando uma adaptação do universo Dog Mendonça & Pizzaboy para o cinema ou para a TV?
Eu devo muito a esses livros, mas sinto que passaram muitos anos e não sou a mesma pessoa que os escrevia, logo, não tenho grande vontade de voltar a esse universo, estou mais velho e menos aventureiro. Prefiro pensar em coisas novas, outros tipos de narrativa. Isto também se aplica à minha motivação para adaptar essas histórias.
Em 2016, tu e o Juan Cavia publicam o livro Os Vampiros. Como decorreu o processo de abordar a Guerra Colonial (um tema algo esquecido em termos da produção ficcional)?
Foi outro processo de aprendizagem muito importante para mim. Percebi que a minha geração sabe realmente pouco do que se passou na guerra, é assustador como se pode censurar ou ignorar o que se passou. Falei com muitos combatentes (de ambos os lados do conflito) e fui alterando o argumento de acordo com os depoimentos que ia gravando. Foi também aí que tanto eu como o Juan percebemos que é essencial deixar espaço para o leitor, não tirar as conclusões por ele, algo que não era uma preocupação nos livros anteriores.
No ano seguinte, em 2017, deram-nos Comer/Beber. Uma das duas estórias presentes nesta BD seria depois adaptada para o cinema, uma curta-metragem intitulada Sleepwalk (2018). Esta deve ser a primeira adaptação de uma BD portuguesa para o grande ecrã. Como foi ver a transposição da narrativa de um medium para o outro?
A curta acontece porque o desenho do Juan foi baseado num sítio que existe na Califórnia – e um amigo dele que é director de fotografia desafiou-nos a filmá-lo. Tenho uma produtora na música, a Sandra Faria, que me obrigou a filmar aquilo, e ainda bem que o fez, porque eu estava muito afastado do cinema. Foi um processo difícil porque foram só dois dias de rodagem, num país diferente, onde não conhecia ninguém da equipa. Mas, como sempre, aprendi muito, há truques que só se aprendem fazendo, e foi isso que aconteceu. Foi um workshop intensivo de cinema e uma oportunidade de filmar o deserto americano, que era um sonho antigo.
Em 2020 vocês publicam o magnífico álbum Balada para Sophie. Como surgiu a ideia para esta narrativa e como foi o teu processo criativo durante a escrita do argumento?
A ideia foi surgindo durante as viagens do Juan a Portugal – ambos queríamos fazer algo relacionado com a música porque ambos tocamos piano. Inicialmente seria uma história de rivalidade, mais humorística, mas foi ganhando outro rumo. O meu processo criativo é sempre igual – muito tempo de procrastinação, em que vou apontando ideias vagas, e depois um período muito concentrado em que não faço mais nada a não ser escrever. Durante toda a escrita fui tendo feedback do Juan, que foi muito importante, e depois acompanhei também de perto todo o processo de layout e de desenho, onde muda muita coisa, também.
Balada para Sophie já foi traduzida e publicada em vários países. Com qual das edições ficaste mais satisfeito?
Na verdade, e com toda a honestidade, a edição portuguesa da Companhia das Letras. Houve uma altura em que, por causa de uma série de problemas, estivemos quase a ficar sem editora para o livro que tínhamos acabado de fazer. Foi muito doloroso. E ver o livro outra vez nas bancas foi uma enorme alegria e um descanso. Agradeço a coragem da Clara Capitão, que não hesitou em nos arranjar uma nova casa e em levar o livro novamente aos leitores.
A BD Balada para Sophie foi adaptada para teatro e será, em breve, adaptada para o pequeno ecrã. Em relação à adaptação para a TV: como surgiu o contato e que novidades podes dar aos teus fãs sobre o projeto?
A notícia foi muito exagerada, e estou inocente, nunca divulguei nada. Porém, esta pergunta dá-me a chance de dizer o que efectivamente se passou. Ora então, vendemos os direitos à Universal Pictures, o que é uma maravilha e é surreal para mim – mas isto passa sempre por uma fase de desenvolvimento. Nesta fase, muitos projectos vão parar ao ‘development hell’, onde os projectos comprados pura e simplesmente não acontecem. Eu, como pessimista que sou, acho que nunca vai acontecer, mas adorava sentar-me no sofá e ver uma adaptação do nosso livro. Seria mágico, vou fazer figas.
Depois da Balada para Sophie qual será a BD, ou o tema, que tu e o Juan Cavia querem agarrar para o próximo álbum?
Em maio deste ano concluí algo antigo – a Companhia das Letras vai editar os nossos primeiros livros numa antologia: As Aventuras Completas de Dog Mendonça e Pizzaboy; então escrevi uma nova história. Foi um regresso ao passado, e custou-me, mas a verdade é que adorei o processo e estou contente com o resultado – chama-se As Fabulosas Aventuras de Madame Chen e passa-se na China em 1790.
Depois disso, não faço ideia do que virá. Sei que será algo diferente do que já fiz, estou interessado em explorar novas formas de contar histórias, experimentar com narrativa, mesmo que depois não funcione. Interessa-me a imprevisibilidade e o risco do resultado final.
Na verdade, e com toda a honestidade, a edição portuguesa da Companhia das Letras. Houve uma altura em que, por causa de uma série de problemas, estivemos quase a ficar sem editora para o livro que tínhamos acabado de fazer. Foi muito doloroso. E ver o livro outra vez nas bancas foi uma enorme alegria e um descanso. Agradeço a coragem da Clara Capitão, que não hesitou em nos arranjar uma nova casa e em levar o livro novamente aos leitores.
A BD Balada para Sophie foi adaptada para teatro e será, em breve, adaptada para o pequeno ecrã. Em relação à adaptação para a TV: como surgiu o contato e que novidades podes dar aos teus fãs sobre o projeto?
A notícia foi muito exagerada, e estou inocente, nunca divulguei nada. Porém, esta pergunta dá-me a chance de dizer o que efectivamente se passou. Ora então, vendemos os direitos à Universal Pictures, o que é uma maravilha e é surreal para mim – mas isto passa sempre por uma fase de desenvolvimento. Nesta fase, muitos projectos vão parar ao ‘development hell’, onde os projectos comprados pura e simplesmente não acontecem. Eu, como pessimista que sou, acho que nunca vai acontecer, mas adorava sentar-me no sofá e ver uma adaptação do nosso livro. Seria mágico, vou fazer figas.
Depois da Balada para Sophie qual será a BD, ou o tema, que tu e o Juan Cavia querem agarrar para o próximo álbum?
Em maio deste ano concluí algo antigo – a Companhia das Letras vai editar os nossos primeiros livros numa antologia: As Aventuras Completas de Dog Mendonça e Pizzaboy; então escrevi uma nova história. Foi um regresso ao passado, e custou-me, mas a verdade é que adorei o processo e estou contente com o resultado – chama-se As Fabulosas Aventuras de Madame Chen e passa-se na China em 1790.
Depois disso, não faço ideia do que virá. Sei que será algo diferente do que já fiz, estou interessado em explorar novas formas de contar histórias, experimentar com narrativa, mesmo que depois não funcione. Interessa-me a imprevisibilidade e o risco do resultado final.
O que achas da evolução que a banda desenhada portuguesa teve nos últimos anos e, na tua perspetiva, o que é que se pode fazer melhor? As adaptações para teatro, cinema e televisão podem ser um caminho pertinente para chegar a públicos mais alargados e ao maior reconhecimento dos autores da nona arte portuguesa?
Acho que há muita BD diferente em Portugal, e muito boa. Não sei o que se poderia fazer melhor, porque eu próprio estou a tentar melhorar, sempre, e não tenho respostas claras. Temos óptimos desenhadores e guionistas, e cada dia haverá mais. Acredito que o que importa para chegar a públicos mais alargados é apenas a qualidade dos livros e o empenho dos autores – tudo o resto acontece naturalmente. A nossa geração pode tentar desbravar algum terreno; podemos ter um papel em mostrar que é um caminho possível, que não tem de ser apenas um passatempo ou uma ocupação menos séria.
Venceste vários prémios ao longo dos anos, prémios de banda desenhada, cinema e música. Quais são os galardões que mais apreciaste e porquê?
Isto vai soar extremamente falso, mas digo-o na mesma porque é o que sinto, de verdade. Os galardões são uma maravilha, mas nunca foram nem devem ser um objectivo. Tento encará-los com a mesma leveza que as derrotas e as frustrações, que são muitas mais do que os momentos de consagração. Não significa que os prémios não importem, porque podem motivar-nos, abrir portas e trazer-nos momentos de enorme felicidade, mas também podem estragar-nos as prioridades e fazer com que percamos a noção das coisas que realmente importam. Logo, o melhor mesmo é pensar mais no trabalho do que nos prémios.
Que livros, filmes, séries e músicas andas a ler/ver/ouvir agora? Podes partilhar algumas recomendações?
Livros: A Swim in a Pond in the Rain, George Saunders.
Filmes : A Metamorfose dos Pássaros, da Catarina Vasconcelos.
Série: The Bear, Christopher Stoler, na HULU.
Música: Moondog, álbum do mesmo nome (1969)
Acho que há muita BD diferente em Portugal, e muito boa. Não sei o que se poderia fazer melhor, porque eu próprio estou a tentar melhorar, sempre, e não tenho respostas claras. Temos óptimos desenhadores e guionistas, e cada dia haverá mais. Acredito que o que importa para chegar a públicos mais alargados é apenas a qualidade dos livros e o empenho dos autores – tudo o resto acontece naturalmente. A nossa geração pode tentar desbravar algum terreno; podemos ter um papel em mostrar que é um caminho possível, que não tem de ser apenas um passatempo ou uma ocupação menos séria.
Venceste vários prémios ao longo dos anos, prémios de banda desenhada, cinema e música. Quais são os galardões que mais apreciaste e porquê?
Isto vai soar extremamente falso, mas digo-o na mesma porque é o que sinto, de verdade. Os galardões são uma maravilha, mas nunca foram nem devem ser um objectivo. Tento encará-los com a mesma leveza que as derrotas e as frustrações, que são muitas mais do que os momentos de consagração. Não significa que os prémios não importem, porque podem motivar-nos, abrir portas e trazer-nos momentos de enorme felicidade, mas também podem estragar-nos as prioridades e fazer com que percamos a noção das coisas que realmente importam. Logo, o melhor mesmo é pensar mais no trabalho do que nos prémios.
Que livros, filmes, séries e músicas andas a ler/ver/ouvir agora? Podes partilhar algumas recomendações?
Livros: A Swim in a Pond in the Rain, George Saunders.
Filmes : A Metamorfose dos Pássaros, da Catarina Vasconcelos.
Série: The Bear, Christopher Stoler, na HULU.
Música: Moondog, álbum do mesmo nome (1969)
Entrevistador: Marco Fraga Silva
Artigo Web: Sérgio Santos |