CULTURA DIGITAL
Webcomics
2018-06-02
A Banda Desenhada para a internet, ou Webcomics, tem vindo a subir de qualidade nos últimos anos e já são muitos os autores que recorrem à rede para partilharem as suas estórias. As vantagens mais notórias em publicar online passam pela independência criativa sem constrangimentos editoriais de superiores, o baixo custo de uma publicação deste género e a abrangência de públicos que podem ser alcançados através da internet.
Uso a expressão Webcomics para todas as Bandas Desenhadas que estão disponíveis online, mas faço sempre a distinção entre Webcomics e BD para a internet. Passo a explicar: um verdadeiro Webcomic, na minha opinião, é aquele que faz uso do potencial da web, ou seja, que faz uso das hiperligações, do potencial audiovisual da internet e que faz uso do conceito de ‘tela infinita’. Este conceito, cunhado por Scott McCloud, refere-se à possibilidade da utilização do scroll para navegar pela BD. Desta forma, ao contrário da BD impressa, temos a possibilidade de ter uma página (prancha) virtualmente infinita.
Scott McCloud partilha no seu site uma narrativa que exemplifica de forma clara o conceito ‘tela infinita’ – “Zot! Online: Hearts & Minds”. As vinhetas surgem, por vezes, pelo enquadramento que o ecrã impõe. Outro Webcomic muito interessante, que faz bom uso da ‘tela infinita’, e que inclui sequências animadas e som, é o “These Memories Won’t Last”, de Stu Campbell. Este trabalho foi nomeado na categoria Best Digital/ Webcomic no Will Eisner Comic Industry Awards de 2016, os Óscares da BD.
A Banda Desenhada para a internet, ou Webcomics, tem vindo a subir de qualidade nos últimos anos e já são muitos os autores que recorrem à rede para partilharem as suas estórias. As vantagens mais notórias em publicar online passam pela independência criativa sem constrangimentos editoriais de superiores, o baixo custo de uma publicação deste género e a abrangência de públicos que podem ser alcançados através da internet.
Uso a expressão Webcomics para todas as Bandas Desenhadas que estão disponíveis online, mas faço sempre a distinção entre Webcomics e BD para a internet. Passo a explicar: um verdadeiro Webcomic, na minha opinião, é aquele que faz uso do potencial da web, ou seja, que faz uso das hiperligações, do potencial audiovisual da internet e que faz uso do conceito de ‘tela infinita’. Este conceito, cunhado por Scott McCloud, refere-se à possibilidade da utilização do scroll para navegar pela BD. Desta forma, ao contrário da BD impressa, temos a possibilidade de ter uma página (prancha) virtualmente infinita.
Scott McCloud partilha no seu site uma narrativa que exemplifica de forma clara o conceito ‘tela infinita’ – “Zot! Online: Hearts & Minds”. As vinhetas surgem, por vezes, pelo enquadramento que o ecrã impõe. Outro Webcomic muito interessante, que faz bom uso da ‘tela infinita’, e que inclui sequências animadas e som, é o “These Memories Won’t Last”, de Stu Campbell. Este trabalho foi nomeado na categoria Best Digital/ Webcomic no Will Eisner Comic Industry Awards de 2016, os Óscares da BD.
Mas nem todas as Bandas Desenhadas para a internet fazem uso das possibilidades técnicas que este medium oferece. São muitos os autores que preferem um estilo mais tradicional, que lhes permita transitar com mais facilidade para o objeto físico que é o álbum de BD. Os autores, regra geral, mantém o desejo de um dia verem o seu trabalho impresso/reconhecido.
Neste momento existem muitos criativos com Webcomics de alta qualidade gráfica e narrativa. Irei mencionar três casos que acompanho e que considero serem trabalhos muito interessantes.
Vencedor de um prémio Eisner em 2011, “The Abominable Charles Chistopher”, de Karl Kerschl, é uma narrativa baseada na mais antiga estória humana de que há registo, a epopeia de Gilgamesh e o seu companheiro e amigo Enkidu. Neste Webcomic, Gilgamesh é apresentado como sendo um miúdo reguila e Enkidu um abominável homem das neves muito simpático que se chama Charles Christopher.
“Bird Boy”, de Anne Szabla, conta-nos a estória de outro miúdo, de 10 anos, que descobre uma relíquia valiosíssima (uma espada lendária). Narrativa dotada de um world-building criativo, este Webcomic é graficamente fenomenal, usando referências da arte indígena norte-americana e Maia.
“Unsounded”, de Ashley Cope, por sua vez, é um épico sobrenatural que acompanha as aventuras e desventuras de uma jovem ladra e um morto-vivo com um passado enigmático.
Por coincidência as três referências que disponibilizo acima pertencem ao género do Fantástico e possuem um world-building interessante e uma vertente mitológica vincada.
“Unsounded”, de Ashley Cope, por sua vez, é um épico sobrenatural que acompanha as aventuras e desventuras de uma jovem ladra e um morto-vivo com um passado enigmático.
Por coincidência as três referências que disponibilizo acima pertencem ao género do Fantástico e possuem um world-building interessante e uma vertente mitológica vincada.
Estes três Webcomics tem já versões impressas, mas podem ser lidos gratuitamente online. Aviso desde já que as estórias ainda não estão concluídas e que são viciantes. Boas leituras!
Sites mencionados:
http://scottmccloud.com
http://memories.sutueatsflies.com
http://abominable.cc
http://bird-boy.com
www.casualvillain.com/Unsounded
Este texto foi originalmente publicado no artigo Cultura Digital #1 no jornal Açoriano Oriental por Marco Fraga Silva.