ENTREVISTA EXCLUSIVA COM RICARDO CABRAL
2016-08-02
Biografia
Ricardo Pereira Cabral nasceu em Lisboa, a 19 de Janeiro de 1979. Licenciou-se em Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa em 2005, e possui o Curso Geral de Artes 2 na Escola António Arroio, finalizado em 1998.
Foi bolseiro Erasmus no Lahti Polytechnic of Fine Arts, em Lahti, Finlândia, em 2003.
Tem colaborado com bandas desenhadas em várias publicações, designadamente revistas, fanzines e jornais, e também num jornal on-line, desde 2002.
Mas o momento alto a que aspira qualquer autor de BD, a publicação em álbum, chegou em Janeiro de 2007, ao ser publicada, pela dupla institucional Câmara Municipal de Lisboa/Junta de Freguesia dos Olivais (o seu bairro), a obra "Evereste", de que é autor completo (argumento e desenho). Ainda nesse mesmo ano de 2007, "Evereste" mereceria da editora ASA uma diferente e melhorada edição.
Voltando atrás, podemos encontrar as seguintes colaborações:
Uma tira cómica intitulada, com sentido de humor, "Bernardo Mais Que Perfeito", no e-jornal Portugal Diário. A bd "Totem/n" na revista (estranhamente classificada como jornal pelos seus editores, alunos universitários), Os Fazedores de Letras, Dezembro 2003; "Otto'matique", outra vez em Os Fazedores de Letras, Março 2004; "Chu & Manchu", em Os Fazedores de Letras, Janeiro 2005; "Careto", no Blazt Magazine, nº1, Outubro 2006; "A Montanha", bd a cores, numa prancha, no semanário Mundo Universitário, Fevereiro 2005;"The God Tracking Station", bd no fanzine de BD e Jazz, Jazzbanda, nº1, Maio 2005; "O Palco da Vida", bd a cores, prancha única, no semanário Mundo Universitário, Maio 2006; "Chu & Manchu 0.2", no BDjornal nº18, Abril 2007; "Gigantes", bd a cores numa só prancha, no semanário Mundo Universitário, Maio 2007; "Israel Sketchbook", 2009; "Newborn - 10 Dias no Kosovo", 2010; "Pontas Soltas - Cidades", 2011; "Comic-Transfer", 2013; "Pontas Soltas - Lisboa", 2014.
Todo este currículo tem a ver com BD, mas o jovem autor tem igual obra no quadrante da Ilustração, distribuída por diversificados suportes e entidades:
Reitoria da Universidade de Lisboa: um spot publicitário do Fatal (Festival de Teatro) para a TV e para o programa do Fatal; Jornal de Letras Artes e Ideias; Correio da Manhã; Bike Magazine; GTL - Grupo de Teatro da Faculdade de Letras (Ilustração para o cartaz da peça "Cara de Fogo"); Revista L'Inedit, nº 24 (Bélgica).
Também colaborou em ilustração infantil nos livros "História de Portugal para Miúdos" (2011),"Caras e Coroas; Reis e Raínhas de Portugal para Miúdos" (2014).
No capítulo da participação em exposições, constam as seguintes: "Desenhos", na Galeria Corrente d'Arte, Lisboa, Março/Abril 2008; "Israel Sketchbook", no Sapir College, Sederot, Israel, Abril 2008; "Israel Sketchbook" no Dizengoff Center, Tel-Aviv, Israel, Abril/Maio 2008; e "Something Wonderful, Something New", colectiva com o Grupo Articum, na Casa do Alentejo, Lisboa, Julho/Agosto 2008.
O seu blogue está no endereço http://ricardopereiracabral.blogspot.com. Vários excertos da biografia foram retirados daqui.
Foi bolseiro Erasmus no Lahti Polytechnic of Fine Arts, em Lahti, Finlândia, em 2003.
Tem colaborado com bandas desenhadas em várias publicações, designadamente revistas, fanzines e jornais, e também num jornal on-line, desde 2002.
Mas o momento alto a que aspira qualquer autor de BD, a publicação em álbum, chegou em Janeiro de 2007, ao ser publicada, pela dupla institucional Câmara Municipal de Lisboa/Junta de Freguesia dos Olivais (o seu bairro), a obra "Evereste", de que é autor completo (argumento e desenho). Ainda nesse mesmo ano de 2007, "Evereste" mereceria da editora ASA uma diferente e melhorada edição.
Voltando atrás, podemos encontrar as seguintes colaborações:
Uma tira cómica intitulada, com sentido de humor, "Bernardo Mais Que Perfeito", no e-jornal Portugal Diário. A bd "Totem/n" na revista (estranhamente classificada como jornal pelos seus editores, alunos universitários), Os Fazedores de Letras, Dezembro 2003; "Otto'matique", outra vez em Os Fazedores de Letras, Março 2004; "Chu & Manchu", em Os Fazedores de Letras, Janeiro 2005; "Careto", no Blazt Magazine, nº1, Outubro 2006; "A Montanha", bd a cores, numa prancha, no semanário Mundo Universitário, Fevereiro 2005;"The God Tracking Station", bd no fanzine de BD e Jazz, Jazzbanda, nº1, Maio 2005; "O Palco da Vida", bd a cores, prancha única, no semanário Mundo Universitário, Maio 2006; "Chu & Manchu 0.2", no BDjornal nº18, Abril 2007; "Gigantes", bd a cores numa só prancha, no semanário Mundo Universitário, Maio 2007; "Israel Sketchbook", 2009; "Newborn - 10 Dias no Kosovo", 2010; "Pontas Soltas - Cidades", 2011; "Comic-Transfer", 2013; "Pontas Soltas - Lisboa", 2014.
Todo este currículo tem a ver com BD, mas o jovem autor tem igual obra no quadrante da Ilustração, distribuída por diversificados suportes e entidades:
Reitoria da Universidade de Lisboa: um spot publicitário do Fatal (Festival de Teatro) para a TV e para o programa do Fatal; Jornal de Letras Artes e Ideias; Correio da Manhã; Bike Magazine; GTL - Grupo de Teatro da Faculdade de Letras (Ilustração para o cartaz da peça "Cara de Fogo"); Revista L'Inedit, nº 24 (Bélgica).
Também colaborou em ilustração infantil nos livros "História de Portugal para Miúdos" (2011),"Caras e Coroas; Reis e Raínhas de Portugal para Miúdos" (2014).
No capítulo da participação em exposições, constam as seguintes: "Desenhos", na Galeria Corrente d'Arte, Lisboa, Março/Abril 2008; "Israel Sketchbook", no Sapir College, Sederot, Israel, Abril 2008; "Israel Sketchbook" no Dizengoff Center, Tel-Aviv, Israel, Abril/Maio 2008; e "Something Wonderful, Something New", colectiva com o Grupo Articum, na Casa do Alentejo, Lisboa, Julho/Agosto 2008.
O seu blogue está no endereço http://ricardopereiracabral.blogspot.com. Vários excertos da biografia foram retirados daqui.
Entrevista
Nota-se que, ao longo do teu percurso artístico, sentiste necessidade de experimentar novas soluções. Porquê?
Acho que me aborreço facilmente e, quando faço as coisas da mesma maneira durante demasiado tempo, começo a querer fazê-las de outra.
Como explicas o sucesso de vendas de livros baseados em diários de viagens como, por exemplo, o Israel Sketchbook ?
Não sei. O livro foi publicado numa altura em que grupos como os Urban Sketchers começaram a surgir. Andar a desenhar na rua deixou de ser uma coisa para se fazer sozinho, mas uma experiência a partilhar. Gosto de pensar que os leitores se identificaram com a autenticidade dos desenhos.
Tens inúmeras ilustrações para livros infantis. É um trabalho estimulante?
Sim, se não, não os fazia. Para mim, fazer os livros infantis é como voltar a ser miúdo, quando pegava nos playmobis, nos carrinhos ou nos legos e ia inventando histórias para brincar.
Poderias falar-nos da tua relação com a banda desenhada, desde os primórdios até às múltiplas colaborações que já tiveste?
Eu sempre desenhei, mas só comecei a interessar-me pela banda desenhada quando cheguei à Faculdade de Belas Artes. Mesmo enquanto leitor, era um universo que eu não conhecia. Lembro-me de descobrir autores como o Dave Mckean ou Jonh Bolton e achar que eram os melhores desenhadores que eu tinha visto e que era aquilo que eu queria fazer.
As várias colaborações que tive durante a o tempo das Belas Artes foram-me ajudando a evoluír e a experimentar coisas diferentes. Fiz bandas desenhadas curtas para os Fazedores de Letras (revista da Universidade de Letras) ou para o jornal Mundo Universitário e para a revista Blazt, do Núcleo de BD nas Belas Artes, que ajudei a fundar. Depois disso, fiz o "Evereste", e o resto é relativamente conhecido.
És um autor muito respeitado e conceituado em Portugal. Poderias falar-nos de alguns momentos marcantes que contribuíram para que o teu nome se consolidasse no panorama artístico?
Eu tive a sorte de conseguir publicar a maior parte dos meu livros com uma grande editora como a ASA, e isso obviamente ajuda, tal como ter feito uma capa para a Moleskine ou ter trabalhado com a Samsung.
A tua estadia no Lisbon Studio foi benéfica para o teu amadurecimento enquanto ilustrador?
Claro, é impossível estar rodeado de tanto talento e não ser contaminado por ele.
Seria possível explicares-nos um pouco da concepção do magnifico cartaz da Amadora BD de 2013?
Eu só respondi ao briefing que o festival me deu, que era o de fazer uma ilustração com elementos suficientes para serem "cortados" e usados nos vários suportes de comunicação, poster, flyers, cartazes, postais, catálogo. É claro que eu queria fazer o melhor trabalho possível e isso deu naquele cartaz.
Podes contar-nos aspectos positivos e negativos da tua carreira de ilustrador?
Os aspectos positivos são aqueles relacionados com a prática do trabalho, fazer o que gosto, tenho horários flexíveis, arranjo tempo para viajar. Os negativos são todos aquele que têm a ver com a parte do "negócio" de viver da ilustração, os impostos, os recibos verdes, os clientes que não pagam, andar sempre atrás de trabalho, etc... Como alguém descreveu, um ilustrador é uma espécie de one-man startup.
Como tem corrido a internacionalização da tua carreira?
Eu devia ser mais proactivo nessa área, mas felizmente tenho trabalho que chegue para me manter ocupado.
Projectos futuros? Sonhos ainda não realizados?
Projectos há muitos, é só arranjar tempo para eles.
Autor: Sérgio Santos.
Futuramente continuarão a ser publicadas entrevistas referentes a várias personalidades de destaque ligadas ao universo da BD.
Futuramente continuarão a ser publicadas entrevistas referentes a várias personalidades de destaque ligadas ao universo da BD.