ORIGENS MARVEL
Namor, o Príncipe Submarino
2018-02-21
Namor, o Príncipe Submarino, no original Namor, the Sub-Mariner, é uma criação da autoria de Bill Everett, publicado pela primeira vez na revista Marvel Comics #1 em Outubro de 1939, a mesma onde surgiu o Tocha Humana. Comparativamente aos seus contemporâneos, a qualidade do trabalho de Everett é manifestamente superior e revela, nesta história, uma originalidade (dentro do contexto da época), quer na abordagem, quer no conceito, que justifica a popularidade desta sua criação.
Namor, o Príncipe Submarino, no original Namor, the Sub-Mariner, é uma criação da autoria de Bill Everett, publicado pela primeira vez na revista Marvel Comics #1 em Outubro de 1939, a mesma onde surgiu o Tocha Humana. Comparativamente aos seus contemporâneos, a qualidade do trabalho de Everett é manifestamente superior e revela, nesta história, uma originalidade (dentro do contexto da época), quer na abordagem, quer no conceito, que justifica a popularidade desta sua criação.
A primeira aparição deste herói ou, talvez mais adequadamente, anti-herói, tem início com a descoberta de um navio naufragado no leito do oceano. Ao explorarem os destroços da embarcação, dois mergulhadores são assassinados selvaticamente por Namor, um ser de aparência humanóide capaz de sobreviver na profundidade dos oceanos sem recurso ao aparato técnico de que os humanos necessitam. Namor apunhala um e esmaga o crâneo do outro dentro do capacete, comprimindo-o com as mãos graças à sua incrível força sobre-humana. De seguida, volta a sua atenção para o navio de onde provinham os mergulhadores, destruindo a sua hélice e afundando-o. Após este massacre inicial, transportando os cadáveres dos dois mergulhadores como troféus, Namor regressa à sua morada subaquática onde é recebido pelo Soberano do seu povo que o congratula pelo ataque contra os humanos. A mãe de Namor, Fen, também o felicita pelo começo da sua guerra de vingança de um modo tão empenhado. Perante este acolhimento, Namor pergunta à sua mãe a razão do seu ódio contra os seres humanos da superfície do planeta.
Segue-se um flashback a vinte anos anos antes, onde Fen narra como o navio norte-americano Oráculo viajou até à Antártida para realizar experiências com cargas explosivas nas profundezas do oceano que acabaram por matar muitos dos seus compatriotas. Como entre os seus semelhantes era a de aparência mais próxima da dos humanos, Fen foi enviada à superfície para descobrir a origem das explosões. Aí conheceu e apaixonou-se pelo comandante da expedição, Leonard McKenzie, tendo-se casado com ele e engravidado. A mãe de Namor aprendeu a linguagem dos marinheiros humanos e avisou o exército subaquático que o poder dos humanos era superior ao deles. Apesar disso, os seres subaquáticos arriscaram o ataque e a resposta dos humanos dizimou a maior parte da sua espécie. De volta ao presente, os seres subaquáticos estão novamente prontos para se vingar e cabe a Namor, o híbrido perfeito das duas espécies, senhor de uma força sobre-humana e capaz de voar, dar início à guerra contra os homens da superfície.
Seguidamente, Namor leva a sua prima Dorma até ao Farol do Cabo Anna onde atacam um guarda e e destroem os controlos e equipamentos, na esperança de impedir os navios dos humanos de serem guiados de modo seguro. Quando alguns marinheiros se apercebem do sucedido, Namor e Dorma desviam um avião. Namor não hesita em matar o piloto lançando-o do aeroplano e ordena a Dorma que conduza e destrua o avião, regressando depois a casa enquanto ele continua a sua cruzada contra os humanos.
Analisada quase oitenta anos após a sua publicação, esta aventura revela uma certa subversão dos cânones normalmente associados pelo senso comum ao arquétipo do super-herói clássico. O Namor desta primeira aventura não se aproxima da ideia normalmente associada ao herói clássico mas, quando muito, do conceito de um terrorista, alguém que não olha a meios para atingir os seus fins que, não sendo estritamente apenas no domínio do interesse próprio, se reduzem aos de um grupo específico de indivíduos onde este se insere, sendo pautados por uma noção de justiça onde não se enquadram valores tradicionalmente associados com as noções clássicas do bem e do mal ou a negociação por outras vias que não a da força e da violência.
Após a suspensão da sua revista em nome próprio publicada entre 1941 e 1949, Namor teria um breve regresso às páginas dos comics entre 1954 e 1955. Mais tarde, em Maio de 1962, Stan Lee e Jack Kirby incorporaram-no como personagem recorrente no Quarteto Fantástico a partir de Fantastic Four #4. Desde então, tem protagonizado diversas séries, mini-séries e edições especiais em nome próprio. Assim, as aventuras de Namor continuam até aos dias de hoje, fazendo dele a personagem de maior longevidade do universo Marvel, ironicamente agora já bastante mais domesticado e amigo dos humanos, mas ainda e sempre impetuoso e arrogante.