ENTREVISTA COM MAX FIUMARA
2016-02-10
Max Fiumara é um autor de BD argentino que trabalha já há alguns anos nos comics americanos e o seu trabalho artístico merece os melhores elogios por parte da critica especializada.
É possível aceder a mais informação em relação ao seu trabalho no seu blogue, em http://maxfiumara.blogspot.com/
Max Fiumara é um autor de BD argentino que trabalha já há alguns anos nos comics americanos e o seu trabalho artístico merece os melhores elogios por parte da critica especializada.
É possível aceder a mais informação em relação ao seu trabalho no seu blogue, em http://maxfiumara.blogspot.com/
Biografia
Max Fiumara nasceu em Buenos Aires, Argentina, ele entrou no mundo da BD profissional em 2002. Colaborou com v·rias editoras como a Avatar Press, Marvel, DC e Dark Horse. Publicou v·rios tÌtulos tais como o Amazing Spider-Man, Namor e Hulk, e o conto zombie Black Gaz com o escritor Warren Ellis.
Em 2008, trabalhou na sÈrie Four Eyes com o escritor Joe Kelly, publicada pela MoA e Image Comics. Desde 2012 que faz parceria conjuntamente com Mike Mignola na sÈrie B.P.R.D. e partilha o trabalho artÌstico com seu irm„o gÈmeo Sebastian Fiumara noutra sÈrie de BD da mesma linha chamada Abe Sapien.
Em 2008, trabalhou na sÈrie Four Eyes com o escritor Joe Kelly, publicada pela MoA e Image Comics. Desde 2012 que faz parceria conjuntamente com Mike Mignola na sÈrie B.P.R.D. e partilha o trabalho artÌstico com seu irm„o gÈmeo Sebastian Fiumara noutra sÈrie de BD da mesma linha chamada Abe Sapien.
Entrevista
Pode falar-nos da sua relação com a banda desenhada?
Comecei a ler BD quando tinha uns 15, 16 anos de idade, quando estavam disponíveis livros e revistas nas bancas e em toda parte. Antes disso, eu via um monte desenhos animados na TV de super-heróis: Superfriends, He-Man, Thundercats, etc ...
Foi assim que eu me apaixonei pelos super-heróis, não por meio da BD mas através dos desenhos animados.
Quando comecei a ler comics eram quase todos livros da DC, e eles abriram um novo mundo diferente para mim. Fiquei fascinado com os desenhos e logo depois comecei a treinar para tornar-me um artista de BD.
Quais são as suas principais referências na BD?
Comecei a desenhar BD a sério na Escuela Argentina de Historieta, com Leonardo Manco; ele foi uma grande influência para mim, era quase como um deus! Adoro a maneira como ele trabalha com tintas e a intensidade que consegue dar às suas criações. Acho que a maioria das vezes a minha forma de trabalhar com as tintas é mais influenciado pelo seu estilo do que por qualquer outro artista.
Além disso, eu adoro o trabalho do Tim Sale e a maneira como ele trabalha a anatomia das personagens. Ultimamente, o trabalho de Nicolas De Crecy também tem sido uma grande fonte de inspiração. Mas existem centenas de autores que são influências para mim!
Poderia descrever-nos como é o seu método de trabalho?
Bem, eu começo sempre por ler os scripts das histórias. Eu leio muitas vezes, 3, 4 vezes, talvez mais, até ter uma ideia mais clara da história e começar a esboçar pequenos painéis nas laterais das folhas do script impresso.
Depois faço várias pequenas miniaturas de todas as páginas. E então trabalho os layouts de cada página com os desenhos muito soltos, para os editores poderem vê-los e aprová-los ou fazer alterações e notas.
Assim que os esquemas são aprovados, começo a desenhar a lápis, de forma muito superficial porque sei que, depois disso, vou trabalhar com as tintas e só depois disso irei terminar o desenho.
Como foi a sensação de ver o seu primeiro trabalho publicado?
Foi muito surreal ver o meu nome na capa de um livro da Marvel do Thor, e eu só fiz o desenho a lápis. O trabalho era OK, eu não estava feliz com isso mas, apesar disso, ao ver o nome Fiumara na capa fiquei muito orgulhoso.
Comecei a ler BD quando tinha uns 15, 16 anos de idade, quando estavam disponíveis livros e revistas nas bancas e em toda parte. Antes disso, eu via um monte desenhos animados na TV de super-heróis: Superfriends, He-Man, Thundercats, etc ...
Foi assim que eu me apaixonei pelos super-heróis, não por meio da BD mas através dos desenhos animados.
Quando comecei a ler comics eram quase todos livros da DC, e eles abriram um novo mundo diferente para mim. Fiquei fascinado com os desenhos e logo depois comecei a treinar para tornar-me um artista de BD.
Quais são as suas principais referências na BD?
Comecei a desenhar BD a sério na Escuela Argentina de Historieta, com Leonardo Manco; ele foi uma grande influência para mim, era quase como um deus! Adoro a maneira como ele trabalha com tintas e a intensidade que consegue dar às suas criações. Acho que a maioria das vezes a minha forma de trabalhar com as tintas é mais influenciado pelo seu estilo do que por qualquer outro artista.
Além disso, eu adoro o trabalho do Tim Sale e a maneira como ele trabalha a anatomia das personagens. Ultimamente, o trabalho de Nicolas De Crecy também tem sido uma grande fonte de inspiração. Mas existem centenas de autores que são influências para mim!
Poderia descrever-nos como é o seu método de trabalho?
Bem, eu começo sempre por ler os scripts das histórias. Eu leio muitas vezes, 3, 4 vezes, talvez mais, até ter uma ideia mais clara da história e começar a esboçar pequenos painéis nas laterais das folhas do script impresso.
Depois faço várias pequenas miniaturas de todas as páginas. E então trabalho os layouts de cada página com os desenhos muito soltos, para os editores poderem vê-los e aprová-los ou fazer alterações e notas.
Assim que os esquemas são aprovados, começo a desenhar a lápis, de forma muito superficial porque sei que, depois disso, vou trabalhar com as tintas e só depois disso irei terminar o desenho.
Como foi a sensação de ver o seu primeiro trabalho publicado?
Foi muito surreal ver o meu nome na capa de um livro da Marvel do Thor, e eu só fiz o desenho a lápis. O trabalho era OK, eu não estava feliz com isso mas, apesar disso, ao ver o nome Fiumara na capa fiquei muito orgulhoso.
Como conseguiu entrar no mercado americano de comics?
Entrei em contacto com um agente espanhol, mostrei-lhe muitos trabalhos meus; ele iria mostrar os mais interessantes para os editores da Marvel e DC e a partir daí iria obter feedback das respostas deles. Comecei a trabalhar numa série do Thor e fiz várias ilustrações.
Qual foi a sensação de trabalhar numa história do Hellboy?
Surpreendente! Foi muito intensa a sensação! Quero dizer, especialmente por desenhar no universo Hellboy. Eu nunca pensei que seria capaz de trabalhar tal personagem na minha vida e ter a oportunidade de mexer em algo tão grande.
Hellboy é o tipo de personagem que parece fácil de fazer, mas na verdade acaba por ser bastante complicado. Eu devo ter feito uns 20 desenhos do rosto dele até ficar satisfeito.
A experiência de trabalhar com o Mignola tem sido fantástica, assim como com o Mike e também com John Arcudi, Scott Allie e toda a equipa. Não podia estar mais grato por ter o Dave Stewart a colorir as minhas páginas. Ele sempre foi um colorista com que eu queria trabalhar desde que entrei neste meio.
Pode contar-nos mais sobre o Four Eyes da Image Comics e do seu relacionamento com o Joe Kelly?
Four Eyes é uma serie em que eu e o Joe Kelly estamos a trabalhar juntos. A história fala de um menino de 10 anos de idade, Enrico, e sobre o mundo de lutas ilegais de dragões em 1930, em Nova York no período da grande depressão. O pai de Enrico trabalha para o homem que possui o negócio de lutas ilegais e é morto logo no início da história por um dragão. Desde então, Enrico leva uma vida de vingança para poder caçar esse dragão de quatro olhos e isso leva-o a um mundo muito perigoso e letal.
O primeiro arco narrativo, Forged in Flames, está disponível em paperback nas bancas, e o segundo arco narrativo, Hearts of Fire deve chegar às prateleiras em Janeiro deste ano, com a edição nº 1.
Trabalhar neste livro tem sido a experiência mais gratificante que tive. Eu adoro o mundo de Enrico, os scripts do Joe e o nosso trabalho em equipa. O melhor elogio que eu posso dizer em relação a Four Eyes é que parece que está escrito e desenhado pela mesma pessoa.
Com que escritores gostaria de trabalhar em projetos futuros?
Ah! Um monte deles! Eu adoro o trabalho do John Arcudi e também gostei de trabalhar muito com ele. Gostaríamos de fazer mais livros juntos no futuro. Acontece o mesmo com o Joe Kelly. Além deles, eu adoro também o trabalho de Grant Morrison e gostaria de tentar algo com ele também. Mas há tantos autores!
Quais foram as principais críticas que recebeu ao longo de sua carreira? Como é que elas contribuíram para a sua evolução?
Bem, dos editores eu tenho escutado quase sempre as mesmas criticas desde que comecei: "Pare de fazer ilustrações bonitas e comece a fazer boas histórias!" Isso foi uma das coisas mais difíceis de aprender a fazer bem. Mas eu tive a orientação de Mark Chiarello, um editor da DC Comics que me ajudou muito no meu primeiro trabalho para a empresa e, embora eu não conseguisse manter esse trabalho, ele deu-me uma grande ajuda na compreensão narrativa. Isso é essencial e com o tempo eu tenho conseguido evoluír mais, mas isso é sempre um processo onde existe uma curva de aprendizagem.
Quanto tempo leva para criar uma história de BD?
Muitas horas na maioria das vezes! Eu trabalho de Segunda a Sábado, 10 horas por dia, e às vezes aos Domingos também. Mas eu não recomendo isso! Se fizer o desenho e a arte-final, trabalho cerca de 7 a 8 semanas para concluir um livro de 22 páginas.
Que conselhos poderá dar aos novos artistas?
Aprender com os outros mas o mais importante é aprender sozinho a evoluír, prestar muita atenção ao traço e ter atenção ao equilíbrio de maneira a resolver vários problemas que podem surgir nas páginas.
Por vezes é complicado fazer uma figura e tentamos corrigi-la inúmeras vezes. Devemos por vezes aceitar e trabalhar com o que conseguimos fazer e não o que achamos que deveríamos estar a fazer.
Dormir e fazer uma pausa é muitas vezes necessário para ficar mais focado e podendo posteriormente trabalhar melhor.
Autor: Sérgio Santos.
Futuramente continuarão a ser publicadas entrevistas referentes a várias personalidades de destaque ligadas ao universo da BD.