ENTREVISTA COM JOÃO RAZ
2015-05-24
Diz-nos coisas acerca de ti.
Nasci em Vendas Novas, em 1976. Resido há catorze anos na margem sul do Tejo, na cidade do Barreiro.
Quando começaste a trabalhar como ilustrador?
Comecei por volta de 2003 a fazer comissões, participando em diversas fanzines, exposições, eventos e fiz um projeto pessoal de divulgação do meu trabalho de Ilustração, o livro Outros Mundos.
Enquanto ilustrador, como te surgem as ideias? Qual o processo criativo? E que meios de expressão costumas privilegiar mais?
Há muitos anos que sou apreciador de leitura e filmes de fantasia, ficção científica e jogos de computador. Fico deliciado com o desenvolvimento destas áreas e seus “Making Of”. Ajudam-me a compreender como se desenvolvem as personagens, seus mundos. Toda essa construção criativa incita-me a imaginar o que quero ver projetado em papel, os meus próprios originais e o caminho que quero tomar.
Durante o meu processo criativo procuro explorar as mais diversas ferramentas, sejam elas manuais ou digitais. Tento não me fixar por muito tempo num processo criativo. O meu processo criativo que utilizo frequentemente é muito simples. Começo por fazer muito sketch (BD ou ilustração) até atingir a qualidade que pretendo. Em seguida, trato de traçar linhas e depois colorir digitalmente. Muito resumidamente é isto. Neste momento os programas informáticos permitem um vasto “leque” de ferramentas que facilitam diferentes abordagens ao trabalho. Manualmente, utilizo canetas para colorir, tinta da china ,aguarelas, até acrílicos para evitar que as rotinas diárias de criação não sejam monótonas e sim de aprendizagem.
Qual a parte mais divertida do teu trabalho como ilustrador? E a parte mais aborrecida?
A parte do meu trabalho mais divertida é desenhar figuras monstruosas e terríveis, onde posso explorar texturas, formas e dinâmicas totalmente aleatórias e que são sempre muito divertidas de idealizar. Claro, sem qualquer fronteiras ou regras de conceção. Acho que a parte mais aborrecida é terminar de fazer um trabalho que envolveu muitas horas de dedicação e depois não gostares do que fizeste. Enfim, ossos do ofício.
Diz-nos coisas acerca de ti.
Nasci em Vendas Novas, em 1976. Resido há catorze anos na margem sul do Tejo, na cidade do Barreiro.
Quando começaste a trabalhar como ilustrador?
Comecei por volta de 2003 a fazer comissões, participando em diversas fanzines, exposições, eventos e fiz um projeto pessoal de divulgação do meu trabalho de Ilustração, o livro Outros Mundos.
Enquanto ilustrador, como te surgem as ideias? Qual o processo criativo? E que meios de expressão costumas privilegiar mais?
Há muitos anos que sou apreciador de leitura e filmes de fantasia, ficção científica e jogos de computador. Fico deliciado com o desenvolvimento destas áreas e seus “Making Of”. Ajudam-me a compreender como se desenvolvem as personagens, seus mundos. Toda essa construção criativa incita-me a imaginar o que quero ver projetado em papel, os meus próprios originais e o caminho que quero tomar.
Durante o meu processo criativo procuro explorar as mais diversas ferramentas, sejam elas manuais ou digitais. Tento não me fixar por muito tempo num processo criativo. O meu processo criativo que utilizo frequentemente é muito simples. Começo por fazer muito sketch (BD ou ilustração) até atingir a qualidade que pretendo. Em seguida, trato de traçar linhas e depois colorir digitalmente. Muito resumidamente é isto. Neste momento os programas informáticos permitem um vasto “leque” de ferramentas que facilitam diferentes abordagens ao trabalho. Manualmente, utilizo canetas para colorir, tinta da china ,aguarelas, até acrílicos para evitar que as rotinas diárias de criação não sejam monótonas e sim de aprendizagem.
Qual a parte mais divertida do teu trabalho como ilustrador? E a parte mais aborrecida?
A parte do meu trabalho mais divertida é desenhar figuras monstruosas e terríveis, onde posso explorar texturas, formas e dinâmicas totalmente aleatórias e que são sempre muito divertidas de idealizar. Claro, sem qualquer fronteiras ou regras de conceção. Acho que a parte mais aborrecida é terminar de fazer um trabalho que envolveu muitas horas de dedicação e depois não gostares do que fizeste. Enfim, ossos do ofício.
O que o inspira? E que dirias a alguém que gostasse de se tornar ilustrador?
Inspira-me principalmente a arte, técnica e a imaginação dos autores na fantasia a ficção científica que me incita a produzir e sempre a fazer mais e melhor continuadamente. A força de vontade é intrínseca à capacidade de superação. O melhor conselho que posso dar é trabalhar arduamente para atingir um patamar de qualidade, que possa “abordar” o mercado com um bom portfolio e agarrar oportunidades, com ponderação a nível nacional ou estrangeiro.
Qual a tua relação com a BD?
Eu cresci a ler Banda Desenhada numa biblioteca onde passava imensas horas a “mergulhar” no imaginário de Jean-Claude Mézières e de Jean Giraud. O meu interesse era tanto com as histórias como a arte intemporal dos autores. Na mesma altura veio o fascínio pelas revistas da Marvel e da DC, que dura até hoje. Suponho que o meu interesse com a 9.ª arte nasceu assim. Ler todos estes Universos são uma fonte inesgotável de pluralidade cultural . Sempre que posso, faço uma “perninha” na BD e também compro um álbum de autor nacional ou estrangeiro.
Qual é o lado bom e o lado mau do teu trabalho?
Vou começar pelo lado mau. Acho que faço muito poucas Bandas Desenhadas o que me impede de ganhar maturidade e uma maior rotina, pois para o fazer, é preciso uma grande dedicação artística. O resultado da inconsistência é um trabalho frágil que ainda precisa de crescer para ser realmente bom. O bom do meu trabalho é a minha persistência em evoluir nas cores, desenho e no design e sempre com elevada motivação para explorar técnicas e novas abordagens.
Onde vais buscar inspiração para desenvolver o teu traço próprio? Quais são as tuas influências?
A inspiração de desenvolver um traço próprio provém certamente de, ao longo dos anos, ver o talento e obras excecionais de Stan Lee, Jim Lee, Todd Macfarlane, Jim Starlin, Jack Kirby e o incontornável Frank Frazetta e Bernie Whrightson. Todos estes artistas, além de influências, são uma fonte de inspiração e incentivo a trabalhar mais e mais.
Como nasceu o grupo de facebook “Desenhos, Inks e Rabiscos” ? Qual a origem do nome? Porque é tão popular?
O grupo Desenhos, Inks & Rabiscos… foi criado no dia 30 de julho de 2013 na área de criação de grupos da rede social Facebook. A criação deste grupo de artes tem como finalidade a comunicação entre autores criativos e a partilha de ideias, para dar a conhecer as suas próprias obras nas variadas interpretações artísticas na arte de desenhar.
Face à enorme adesão de publicações de banda desenhada e ilustrações, os membros manifestaram vontade de fazer um projecto em conjunto. O Grupo escolheu fazer um Ezine, um fanzine no formato digital, sem fins lucrativos que visasse a divulgação na internet das obras de ilustração e banda desenhada dos autores do grupo.
Foi assim que começou a “caminhada”.
O nome do grupo surgiu do conceito e temática inicial do grupo, sendo a sua base o desenho, o “Inks” que é a tinta-da-china e sua filosofia e os rabiscos, que é uma das primeiras expressões artísticas de quando nascemos.
Julgo que a popularidade do grupo vem da proximidade e entreajuda entre os elementos participantes e a necessidade contínua de criar algo em conjunto. Tem sido uma experiência notável e é com grande prazer que alimento esta “máquina”.
Existe um grande sentido de família no grupo. Porque acontece isso?
O sentido de «família» provém da sensacional regularidade com que um grande conjunto de membros, diariamente, publica os seus trabalhos e que tem tido por apanágio o dinamismo nas actividades semanais e nas publicações digitais periódicas do grupo.
Todas estas sinergias causam uma aproximação gradual entre nós todos, resultando numa familiaridade crescente.
O grupo Desenhos Inks e Rabiscos não é possível existir sem a participação de todos.
Os desafios que existem regularmente no grupo acabam por estimular os membros a revelar o melhor de si?
Os desafios servem essencialmente para apelar à diversidade artística e estimular os autores a serem versáteis nos mais variados temas. O melhor dos autores é um processo de crescimento contínuo que podem aproveitar para expor nos temas com que mais se identificam.
Por vezes, gerir um grupo tão ativo e dinâmico não acaba por ser um fator de distração no teu trabalho artístico?
Quando criei o grupo, não esperava a dimensão que tomou. As atividades e o elevado número de pessoas a querer aderir ao grupo é imensa.
Não é fácil, mas tento ter algum equilíbrio entre as várias tarefas artísticas e não artísticas, que tenho em mãos.
A criação do grupo também me proporciona expandir conhecimentos.
Acreditas que o grupo funciona algumas vezes como «um consultório de psicologia»?
Acredito e muitas vezes revejo-me nos “desabafos” de membros do grupo e penso que isso acaba por acontecer um pouco com todos nós. O diálogo e os esclarecimentos entre os membros acabam por limar algumas arestas. Mas temos de ser nós a querer melhorar a qualidade do nosso trabalho, a autocrítica é fundamental. Não há talento sem trabalho árduo e persistência.
Dúvidas, esclarecimentos, questões técnicas, debates, críticas construtivas, devem motivar para trabalhar mais e mais, em prol da qualidade individual dos autores. Motivar e impulsionar os autores a seguirem em frente nas suas aspirações sejam eles amadores ou profissionais. Acho que é um dos “pilares” que também tem sustentado a solidez deste grupo.
Podes dar exemplos de polémicas que tenham surgido no grupo ao longo do tempo?
Num grupo em que existam muitos membros, é muito normal que surjam “posts” ou comentários que possam ferir suscetibilidades ou que criem instabilidade. Quando essas publicações surgem, é preciso ter algum equilíbrio na forma como se lida com essa situação. Críticas desajustadas, publicações de matéria “Off Topic” que criem discussões entre membros são exemplos simples, mas têm surgido muito poucos, felizmente.