ESTRANHAS FORMAS DE SER
2017-07-14
A indagação sobre o indivíduo, sobre o que pensamos, sobre como agimos ou reagimos. Tudo o que diz respeito à vida do ser humano, a questão de ser racional, sentimental, será sempre assunto do meu interesse. Neste sentido o artigo que se segue irá de encontro a esta minha curiosidade relativamente ao ser humano. Farei várias reflexões a partir de três bandas desenhadas distintas que li em diferentes momentos e a partir delas retive algo. Somos “estranhas formas de ser”.
Dei este título “estranhas formas de ser” ao artigo para expressar de algum modo a minha admiração pela estranheza do ser humano, do indivíduo, da sua forma de viver, de existir, de ser...
Vou, por ordem das minhas leituras, apresentar as três bandas desenhadas: em primeiro falarei da obra “Mundo fantasma” do autor Daniel Clowes”, em seguida “American Spendor” com Harvey Pekar, protagonista das suas histórias, e por fim de “Sukkwan Island” de David Vann.
A indagação sobre o indivíduo, sobre o que pensamos, sobre como agimos ou reagimos. Tudo o que diz respeito à vida do ser humano, a questão de ser racional, sentimental, será sempre assunto do meu interesse. Neste sentido o artigo que se segue irá de encontro a esta minha curiosidade relativamente ao ser humano. Farei várias reflexões a partir de três bandas desenhadas distintas que li em diferentes momentos e a partir delas retive algo. Somos “estranhas formas de ser”.
Dei este título “estranhas formas de ser” ao artigo para expressar de algum modo a minha admiração pela estranheza do ser humano, do indivíduo, da sua forma de viver, de existir, de ser...
Vou, por ordem das minhas leituras, apresentar as três bandas desenhadas: em primeiro falarei da obra “Mundo fantasma” do autor Daniel Clowes”, em seguida “American Spendor” com Harvey Pekar, protagonista das suas histórias, e por fim de “Sukkwan Island” de David Vann.
1.Mundo fantasma. Romance Gráfico de Daniel Clowes
“O mundo fantasma é sobre encontrarmos o nosso lugar no mundo”.
Retirado da entrevista a Daniel Clowes do filme “Mundo fantasma”(2001).
Mundo fantasma foi um livro revelação para mim. Ainda me recordo de tê-lo encontrado na Bertrand do Chiado de Lisboa e de ter ficado primeiramente fascinado pelos desenhos. Depois espreitei o conteúdo e fiquei maluco com tal coisa - tinha de ter o livro! Acabei por levá-lo. Era de facto a primeira vez que lia um livro de banda desenhada daquele género. “Mundo Fantasma” conta a narrativa de duas amigas adolescentes em vias de entrar no mundo dos adultos.
Vi no livro o que nunca tinha visto antes, a banda desenhada tinha imensas potencialidades. Daí se baseou o tema da minha tese de mestrado. Foi desde então que começou o meu interesse cada vez maior pela banda desenhada.
O livro narra o quotidiano de duas amigas Enid e Rebecca em que ambas ambicionavam tornar-se independentes e continuar a ser amigas para sempre. Passavam tempos a observar o que as rodeava, a viverem ambas as mais curiosas situações e a conhecerem as pessoas mais estranhas. Mas com o decorrer do tempo e por diferentes acontecimentos, a amizade entre ambas acabaria por mudar e nunca mais voltaria a ser a mesma, e sentimos que é assim - nas adversidades ou simplesmente porque tinha de ser - que a vida continua. Daniel Clowes, através destas duas personagens, faz uma crítica mordaz à sociedade moderna e faz-nos pensar sobre esta nossa realidade.
O título “Mundo Fantasma” é curioso, dá-nos a liberdade para criar metáforas à sua volta. Podendo referir-se como “mundo fantasma” àquele mundo futuro que não conhecemos, sempre desconhecido, onde se irá viver mais experiências, mais aprendizagens, mas sempre com um certo receio e com a prudência que um “mundo fantasma” nos obriga a ter, sempre na descoberta da sua identidade.
Um “mundo fantasma” poderá também invocar-nos para o “eu,” pessoa singular, se sinta no meio de um mundo onde não tenha afinidades, gostos, interesses em comum com quem ou com o que o rodeia, ou seja, o outro. Sentir-se num mundo onde para essa pessoa ninguém importa, onde o outro é fantasma, ou seja num “mundo fantasma”. Podemos invocar: «Ninguém me compreende», frase que poderia ser sem dúvida um pensamento de um adolescente. Referindo-me a “estranhas formas de ser” que procuram a sua identidade, que para isso têm de percorrer um caminho que se faz só, pelo menos assim nos dá a entender esta banda desenhada, para que nesse caminhar se encontre o seu lugar.
“O mundo fantasma é sobre encontrarmos o nosso lugar no mundo”.
Retirado da entrevista a Daniel Clowes do filme “Mundo fantasma”(2001).
Mundo fantasma foi um livro revelação para mim. Ainda me recordo de tê-lo encontrado na Bertrand do Chiado de Lisboa e de ter ficado primeiramente fascinado pelos desenhos. Depois espreitei o conteúdo e fiquei maluco com tal coisa - tinha de ter o livro! Acabei por levá-lo. Era de facto a primeira vez que lia um livro de banda desenhada daquele género. “Mundo Fantasma” conta a narrativa de duas amigas adolescentes em vias de entrar no mundo dos adultos.
Vi no livro o que nunca tinha visto antes, a banda desenhada tinha imensas potencialidades. Daí se baseou o tema da minha tese de mestrado. Foi desde então que começou o meu interesse cada vez maior pela banda desenhada.
O livro narra o quotidiano de duas amigas Enid e Rebecca em que ambas ambicionavam tornar-se independentes e continuar a ser amigas para sempre. Passavam tempos a observar o que as rodeava, a viverem ambas as mais curiosas situações e a conhecerem as pessoas mais estranhas. Mas com o decorrer do tempo e por diferentes acontecimentos, a amizade entre ambas acabaria por mudar e nunca mais voltaria a ser a mesma, e sentimos que é assim - nas adversidades ou simplesmente porque tinha de ser - que a vida continua. Daniel Clowes, através destas duas personagens, faz uma crítica mordaz à sociedade moderna e faz-nos pensar sobre esta nossa realidade.
O título “Mundo Fantasma” é curioso, dá-nos a liberdade para criar metáforas à sua volta. Podendo referir-se como “mundo fantasma” àquele mundo futuro que não conhecemos, sempre desconhecido, onde se irá viver mais experiências, mais aprendizagens, mas sempre com um certo receio e com a prudência que um “mundo fantasma” nos obriga a ter, sempre na descoberta da sua identidade.
Um “mundo fantasma” poderá também invocar-nos para o “eu,” pessoa singular, se sinta no meio de um mundo onde não tenha afinidades, gostos, interesses em comum com quem ou com o que o rodeia, ou seja, o outro. Sentir-se num mundo onde para essa pessoa ninguém importa, onde o outro é fantasma, ou seja num “mundo fantasma”. Podemos invocar: «Ninguém me compreende», frase que poderia ser sem dúvida um pensamento de um adolescente. Referindo-me a “estranhas formas de ser” que procuram a sua identidade, que para isso têm de percorrer um caminho que se faz só, pelo menos assim nos dá a entender esta banda desenhada, para que nesse caminhar se encontre o seu lugar.
2. “American Splendor” com Harvey Pekar
American Splendor funciona como uma "autobiografia escrita" enquanto está a acontecer. O tema é sobre estar vivo. Arranjar um emprego, encontrar uma companheira, ter um lugar para viver, encontrar uma saída criativa. A vida é uma guerra de atrito. Você tem que estar ativo em todas as frontes. É uma coisa após a outra. Eu tentei controlar um universo caótico. E é uma batalha perdida.
Falemos agora de uma personagem de banda desenhada menos conhecido que o Super-Homem ou o Batman. Mas reconhecido por muitos também como herói, um herói contemporâneo. Harvey Pekar além de ser uma personagem de banda desenhada é uma pessoa real. É um mortal tal como nós, sem os poderes do “Super-homem”, e também sem as avançadas tecnologias do Batman. Em suma Harvey Pekar é igual a todos nós, uma personagem peculiar, controversa, mundana. Tem uma voz rouca, pouco cabelo, e uns grandes olhos esbugalhados. Trata-se de um adulto, não de um adolescente à descoberta da sua própria identidade. Foi aí que ele foi buscar a sua força no autoconhecimento da sua pessoa/ personagem.
O admirável e o que na minha opinião foi brilhante no seu trabalho foi a capacidade de se ver a ele mesmo e disso ter tirado partido. Explicando melhor este senhor procurou nas suas várias bandas desenhadas falar do seu quotidiano e como pessoa comum foi contando as suas peripécias. Estas bandas desenhadas surgiram sempre da colaboração de um desenhador, o qual esse foi mudando.
Relativamente à personagem de Harvey Pekar tive o conhecimento dele através do filme onde ele aparece em “American Spendor”. Foi o filme que me fez despertar o interesse em saber mais sobre a banda desenhada. Nessa mesma altura decorria a 23º Edição do festival da BD Amadora, onde Pedro Moura fazia curadoria de uma exposição de trabalhos dedicado ao auto-retrato, entre vários autores fez referência ao Harvey Pekar.
“Um gesto importante imediatamente a seguir foi o lançamento, em 1976, do comic book irregular American Splendor, por Harvey Pekar e os seus muitos colaboradores (na linha da frente dos quais Crumb), que trariam uma importante inflexão para o espírito da autobiografia em banda desenhada: a atenção para com a vida normal”, a mais tranquila e poética das vivências banais, a beleza nos gestos comuns, mas também a exploração sem pejo das mais mesquinhas idiossincrasias do próprio autor, que se revelava totalmente nestas páginas. (Moura, 2012, p 28 e 29) Moura,P. (2012). Catálogo do 23º festival international de banda desenhada da Amadora, autobiografia.
O herói de hoje pode ser qualquer pessoa de qualquer parte do mundo, um simples mortal que sente dor, medo, desespero, frustração, raiva, impotência, alegria, satisfação, ,sucesso, desejo… Harvey Pekar foi o exemplo disso, por isso o imenso sucesso desta banda desenhada autobiográfica onde assistimos ao seu quotidiano nas páginas do “American Splendor”. Ele foi importante e marcou uma posição porque a nossa sociedade não está mais para o herói com “superpoderes”, o herói de hoje já não seria aquele que voa com uma capa. Porquê? Porque esses heróis de humano pouco têm. Sabemos que eles ganham tudo, adivinhamos sempre o final feliz, pois eles são invencíveis e têm com eles todos os poderes para vencer o mal. Estão destinados à glória, ao sucesso.
“Uma banda desenhada autobiográfica é julgada má se serve somente a mostrar o narcisismo do seu criador, visto como herói, e excelente quando ela conta a vida de um anti-herói, de um «loser» (a nossa cultura pós moderna é também uma cultura da vítima, e nós tornamo-nos alérgicos ao estofo dos heróis, sobretudo da sua glória)
“Estranha forma de ser”. Um autêntico herói, um autêntico anti-herói, o que isso importa, o nosso quotidiano pode revelar-se uma aventura, uma batalha, em que temos de ter algo de herói para podermos ganhar, viver, sobreviver. Procuremos então uma saída criativa.
American Splendor funciona como uma "autobiografia escrita" enquanto está a acontecer. O tema é sobre estar vivo. Arranjar um emprego, encontrar uma companheira, ter um lugar para viver, encontrar uma saída criativa. A vida é uma guerra de atrito. Você tem que estar ativo em todas as frontes. É uma coisa após a outra. Eu tentei controlar um universo caótico. E é uma batalha perdida.
Falemos agora de uma personagem de banda desenhada menos conhecido que o Super-Homem ou o Batman. Mas reconhecido por muitos também como herói, um herói contemporâneo. Harvey Pekar além de ser uma personagem de banda desenhada é uma pessoa real. É um mortal tal como nós, sem os poderes do “Super-homem”, e também sem as avançadas tecnologias do Batman. Em suma Harvey Pekar é igual a todos nós, uma personagem peculiar, controversa, mundana. Tem uma voz rouca, pouco cabelo, e uns grandes olhos esbugalhados. Trata-se de um adulto, não de um adolescente à descoberta da sua própria identidade. Foi aí que ele foi buscar a sua força no autoconhecimento da sua pessoa/ personagem.
O admirável e o que na minha opinião foi brilhante no seu trabalho foi a capacidade de se ver a ele mesmo e disso ter tirado partido. Explicando melhor este senhor procurou nas suas várias bandas desenhadas falar do seu quotidiano e como pessoa comum foi contando as suas peripécias. Estas bandas desenhadas surgiram sempre da colaboração de um desenhador, o qual esse foi mudando.
Relativamente à personagem de Harvey Pekar tive o conhecimento dele através do filme onde ele aparece em “American Spendor”. Foi o filme que me fez despertar o interesse em saber mais sobre a banda desenhada. Nessa mesma altura decorria a 23º Edição do festival da BD Amadora, onde Pedro Moura fazia curadoria de uma exposição de trabalhos dedicado ao auto-retrato, entre vários autores fez referência ao Harvey Pekar.
“Um gesto importante imediatamente a seguir foi o lançamento, em 1976, do comic book irregular American Splendor, por Harvey Pekar e os seus muitos colaboradores (na linha da frente dos quais Crumb), que trariam uma importante inflexão para o espírito da autobiografia em banda desenhada: a atenção para com a vida normal”, a mais tranquila e poética das vivências banais, a beleza nos gestos comuns, mas também a exploração sem pejo das mais mesquinhas idiossincrasias do próprio autor, que se revelava totalmente nestas páginas. (Moura, 2012, p 28 e 29) Moura,P. (2012). Catálogo do 23º festival international de banda desenhada da Amadora, autobiografia.
O herói de hoje pode ser qualquer pessoa de qualquer parte do mundo, um simples mortal que sente dor, medo, desespero, frustração, raiva, impotência, alegria, satisfação, ,sucesso, desejo… Harvey Pekar foi o exemplo disso, por isso o imenso sucesso desta banda desenhada autobiográfica onde assistimos ao seu quotidiano nas páginas do “American Splendor”. Ele foi importante e marcou uma posição porque a nossa sociedade não está mais para o herói com “superpoderes”, o herói de hoje já não seria aquele que voa com uma capa. Porquê? Porque esses heróis de humano pouco têm. Sabemos que eles ganham tudo, adivinhamos sempre o final feliz, pois eles são invencíveis e têm com eles todos os poderes para vencer o mal. Estão destinados à glória, ao sucesso.
“Uma banda desenhada autobiográfica é julgada má se serve somente a mostrar o narcisismo do seu criador, visto como herói, e excelente quando ela conta a vida de um anti-herói, de um «loser» (a nossa cultura pós moderna é também uma cultura da vítima, e nós tornamo-nos alérgicos ao estofo dos heróis, sobretudo da sua glória)
“Estranha forma de ser”. Um autêntico herói, um autêntico anti-herói, o que isso importa, o nosso quotidiano pode revelar-se uma aventura, uma batalha, em que temos de ter algo de herói para podermos ganhar, viver, sobreviver. Procuremos então uma saída criativa.
3. Sukkwan Island de David Dann
«O mundo na sua origem era um vasto campo e a terra era plana. Os animais de todas as espécies percorriam esta pradaria e não haviam nomes, as grandes criaturas comiam as pequenas e ninguém e não se via nada a dizer. Depois o homem chegou, ele avançava curvado nos confins do mundo, peludo, imbecil e fraco, e ele se multiplicou, ele tornou-se tão invasor, tão retorcido e mortífero a força de esperar que a terra pôs-se a deformar-se».
Nesta última apresentação temos desta vez uma história que anda em torno da relação entre um adolescente e um adulto, pai do jovem. Ambos perdidos.
A última leitura dessa obra deixou-me perturbado em muitos aspetos, deixando-me perplexo. “Estranhas formas de ser”, somos nós?
Não poderei deixar de recorrer a um constante questionamento, a algumas reflexões, assim como a certas constatações. Só desse modo poderei falar desta leitura e é nisso que este livro tem o seu valor, obrigando-nos a questionarmo-nos a nós próprios.
A desejar afastar-nos da árdua responsabilidade de terem que ser pequenos homens ou como provar isso e tudo o que isso implica.
O início, o reiniciar, o voltar a ser pequeno, criança, o querer retroceder a ser aquele bebé que tanto gostavam, o desejo de renascer para sentir aqueles grandes olhos entusiasmados a olharem para ti e ao voltar a tão confortável estadia de 9 meses na barriga da mãe.
Avançado ou recuando mais ainda, encontramos a nossa origem, ou pelo menos uma delas.
Quando falamos de origens, do que falamos ao certo? O que são as origens? Podemos recorrer ao conceito da tábua rasa, até usá-lo como metáfora. Um mundo de origem plana com um vasto campo, uma imagem associada à ideia de virgem de que não foi tocado, de puro. É neste cenário que a história deste livro vai-se passar, numa ilha longe de tudo, onde o tempo não passou, onde a tábua continua rasa sem ser riscada, onde a presença humana é nula ou quase nula, num tal de “mundo” que tem vindo a desformar-se.
Coloco a questão sobre quem somos? De onde vimos? E para onde vamos? Com esta pergunta para além de estar implícito a questão do tempo, com o passado, o presente e o futuro, fala-se do ser humano sem nenhuma dúvida. O mesmo ou o diferente ser humano. Homem, imbecil, peludo e fraco que com o tempo se transforma e que com o tempo também se esquece de muitas coisas. Pode-se colocar a questão, qual é a situação do ser humano? Vítima do seu destino? Ou pelo contrário responsável do que lhe vem acontecendo no tempo a vir? Será que todos estamos numa ou outra das situações? Não será talvez mais certo dizer que estamos num ponto intermédio, esta leitura leva-nos a questionar sobre tudo isto.
David Vann é o autor desta história com o título Sukkwan Island, um romance cheio de suspense. Li numa apresentação do livro uma óptima descrição: (Ce Roman nous entraîne au cœur des ténèbres l'âme humain) "Este Romance encaminha-nos ao coração da escuridão da alma humana”. Temos que saber que a história foi criada em primeiro num romance, adaptada em banda desenhada. Certamente uma difícil tarefa que na minha opinião foi bem conseguida. O desenho utilizado nesta banda desenhada tem um aspecto místico curioso, possui um carácter realista bastante pormenorizado. Mas por outro lado não sei se pelo material usado, parece-me lápis com dureza H, que acaba por tornar o desenho pouco expressivo, não se conseguindo ver um traço firme e decidido, direi até de alguma forma naif, denso, sentindo por tudo isto uma certa fragilidade, tal como se tratasse do desenho de um jovem adolescente. É um facto que os desenhos ajudam a guardar em memória imagens fortes, marcantes, esta banda desenhada é um exemplo disso. Temos uma boa sequência de imagens, Os diálogos são suficientes para se perceber o avançar da história, não caindo no risco de ser uma cópia do romance, necessariamente mais descritivo e alongado.
Uma descrição resumida sobre o romance diz que fala do insustentável e deixa o leitor especado. Pouco mais devo dizer, convidando a leitura e usufruir ao prazer de tal. Acrescento somente: “Estranha forma de ser” de pai que talvez nem “ser” seja, ou algo de: “alguma coisa incompleta de ser”, que pensando só nele pretende se reencontrar e afastar-se da sociedade e fugir para longe do que implica ser homem. “Estranha forma de ser” adolescente procurando ser “ser” na sua busca de identidade e de lugar, que neste casa nos leva a pensar também em “estranhas formas de fazer” .
Autor: Pedro Ferreira
Revisão: João Tavares, André Mateus
Revisão: João Tavares, André Mateus